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Urgências deixam de atender doentes ligeiros. Como vão funcionar?

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Urgências deixam de atender doentes ligeiros. Como vão funcionar?

14 dez, 2023 • Anabela Góis


Portaria do ministério da Saúde que vai ser colocada em discussão pública prevê que os utentes com pulseira azul ou verde que cheguem à urgência pelo próprio pé, sejam encaminhados para consulta, no mesmo dia ou no dia seguinte.

De maneira a reduzir a afluência às urgências hospitalares, uma portaria do Ministério da Saúde pretende criar um modelo em que doentes pouco graves passam a ser encaminhados para um centro de saúde ou hospital de dia.

Como vai funcionar este novo modelo?

A ideia é, antes de mais, educar as pessoas a não irem pelo seu próprio pé às urgências. Devem começar por ligar para a linha Saúde24 ou para o INEM, que fará a triagem e, de acordo com os sintomas, encaminhará os doentes para um centro de saúde, com a garantia de que o utente terá uma consulta num prazo máximo de 24 horas ou, se for grave, para um centro hospitalar, que assim terá mais capacidade para atender os doentes que sejam urgentes.

Se a pessoa for pelo seu próprio pé à urgência e não tiver doença grave, será barrada?

Não será barrada, mas se chegar sem referenciação prévia e for triada com pulseira azul ou verde, se não for nenhum caso urgente, será encaminhada para os cuidados primários.

O excessivo recurso aos serviços de urgência é um problema diagnosticado há muito em Portugal. Os atendimentos nas urgências ultrapassam os 6 milhões por ano, quase o dobro da média dos países da OCDE. E quase metade (44%) são falsas urgências.

No ano passado, a Administração Central do Sistema de Saúde ensaiou um modelo para tirar pressão aos serviços de urgências, que permitia aos hospitais encaminharem os casos não graves para os centros de saúde. Como o regime é voluntário, poucos doentes aceitaram.

Se não há médicos de família suficientes, como é que se garante que o doente tem consulta num prazo máximo de 24 horas?

Por isso é que a medida deverá avançar de forma faseada, começando pelas regiões com cobertura total de médicos de família - o que, nesta altura, só acontece na zona Norte do país - e depois avançar para o resto do país.

O modelo tem estado em testes desde maio no Agrupamento de Centros de Saúde Póvoa de Varzim/Vila do Conde e, entre 24 de maio até 18 de setembro, só 26% dos utentes triados pela linha saúde 24 foram encaminhados para o serviço de urgência.

A resposta para os utentes que não são urgentes, e vão pelo seu próprio pé, vai ser igual para todos?

Não, estão previstas muitas exceções. Grávidas, pessoas com mais de 70 anos, crianças, adolescentes, doentes acamados ou em cadeira de rodas, vítimas de trauma e situações psiquiátricas agudas serão sempre vistos na urgência.

Faz sentido que a medida avance quando o governo está em gestão?

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, acha que sim. E a Direção Executiva do SNS não está em gestão, continuando a funcionar, tendo sido criada exatamente para separar a definição estratégica e política do Serviço Nacional de Saúde, da função de comando operacional.

No entanto, a oposição levanta dúvidas. O PSD já tinha vindo pedir ao Governo para suspender a entrada em vigor das futuras Unidades Locais de Saúde.

Para já, sabe-se que a nova diretiva está em consulta pública durante 30 dias.

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  • EU
    14 dez, 2023 PORTUGAL 21:52
    Como vai ser colocada quer dizer que ainda não está em discussão certo? Então vamos lá ver se ALGUÉM neste TRISTE ( tristeza ) País põe as COUZAS nos eixos. Agora QUEREM revolucionar o ATENDIMENTO nos Serviços de Urgência SU. Agora querem VOLTAR aos tempos em que junto dos SU estavam COLOCADOS os Médicos dos Centros de Saúde a fazerem a TRIAGEM certo? Nesses ANOS havia como era NORMAL tempo de espera mas NÃO o CAOS que hoje querem mostrar. Ou seja eu enquanto UTENTE recorria à TRIAGEM era visto por um Médico de Saúde Familiar e TRÊS destinos me eram colocados. Ou tinha ALTA por nada de grave ter. Ou era encaminhado para a ESPECIALIDADE que o Médico entendia. Ou era encaminhado para a Consulta Externa da Especialidade. Em 2000 num governo de António Guterres um ILUMINADO achou que PORTUGAL devia IGUALAR-SE à Inglaterra e inventou o SISTEMA DE TRIAGEM DE MANCHESTER. Ou seja os UTENTES deixaram de ser ATENDIDOS por um elemento DA Medicina e passaram a ser TRIADOS por um elemento de Enfermagem que introduz os valores e INDICAÇÕES da DOR em COMPUTADOR que por sua vez ENCAMINHA o Utente muitas vezes para onde NÃO DEVE. NÃO se esqueçam que eu (EU) já aqui RR denunciei o que me ACONTECEU com o 808242424 pois fui encaminhado para o SU do MEU Hospital e LÁ fui de NOVO triado e mandado para uma sala onde SÓ OUVIA tosse espirros e lamentações de mortes por ISTO por AQUILO e por ABANDONOS. Conclusão: esta É MAIS UMA TRAPALHADA DOS SOCIALISTAS não DUVIDEM. Não sou Médico nem Enfermeiro.