02 fev, 2023 • Fátima Casanova
O BCE anunciou esta quinta-feira uma nova subida das taxas de juro.
Desta vez, a subida foi de 3%, segundo a indicação desta quinta-feira.
O Explicador Renascença explica o que é que isto quer dizer e como vai afetar os portugueses.
Trata-se de uma subida de 50 pontos base que já era esperada.
O Banco Central Europeu já tinha dado essa indicação, em dezembro no anterior aumento de taxas.
Trata-se do quinto aumento em sete meses, depois de uma década sem mexidas. E a verdade é que não vai ficar por aqui, uma vez que já foi anunciado que, daqui a algumas semanas, vai acontecer uma nova subida dos juros.
Vão , mas, para já, o que a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde fez saber é que deverá repetir o aumento em março.
Ou seja, mais 50 pontos base. Ou, dito de outra forma, meioponto percentual.
Agora, o que diferentes analistas acreditam é que estas subidas devem ocorrer apenas neste primeiro semestre do ano, até para prevenir riscos de recessão na zona euro.
De qualquer forma, o que o BCE tem pretendido com estas medidas é reduzir a inflação, uma vez que juros mais altos fazem diminuir a procura, ou seja, as pesoas compram menos e os preços começam a baixar ou pelo menos a subir mais devagar.
O BCE quer que a taxa de inflação recue para os 2%.
A inflação é muito acima de 2%?
Muito mais. No ano passado, a taxa de inflação chegou a ultrapassar os 10%.
No entanto, na reta final de 2022, já deu algumas mostras de inversão e em dezembro já ficou abaixo dos dois dígitos.
A estimativa para este ano aponta para uma taxa de inflação de cerca de 6%.
Pelos cálculos do BCE, os 2% devem ser atingidos até 2025.
Este aumento já era perspetivado pelos mercados. Isso quer dizer que os custos dos empréstimos já vinham a subir.
Contudo, por exemplo, se falarmos na taxa Euribor a seis meses, que é a mais utilizada no crédito à habitação, esta encontra-se nos 2,85%.
A de 12 meses já está nos 3,33%.
Significa um agravamento significativo.
Vamos supor um empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos com um spread de 1%. Com a Euribor a 6 meses, as famílias vão pagar neste mês de fevereiro uma prestação de cerca de 700 euros, quando, em agosto, estavam a pagar pouco mais de 500 euros. Ou seja, mais 180 euros.
Tomando agora como exemplo a Euribor a 12 meses, que será revista este mês, o aumento ainda é maior. A prestação mensal passa de 450 para 730 euros, o que significa um aumento de 280 euros.
Agora com novo aumento da taxa de referência do BCE e com o anúncio de que este aumento de 50 pontos base se repete em março, é de contar que as taxas Euribor continuem a subir.