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Boaventura de Sousa Santos nega assédio sexual. "Difamação anónima, vergonhosa e vil"

12 abr, 2023 - 15:11

Diretor emérito do CES da Universidade de Coimbra vai apresentar uma queixa-crime por difamação às três ex-investigadoras, naquilo que descreve como um “ato miserável de vingança institucional e pessoal”.

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O sociólogo Boaventura de Sousa Santos reagiu esta quarta-feira às acusações de assédio sexual de que é alvo por parte de três investigadoras que trabalharam consigo no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.

Numa carta aberta, Sousa Santos diz ser vítima de uma “difamação anónima, vergonhosa e vil” e adianta que vai apresentar uma queixa-crime por difamação, visando as três autoras do artigo que consta do livro o livro "Sexual Misconduct in Academia - Informing an Ethics of Care in the University" (Má conduta sexual na Academia - Para uma Ética de Cuidado na Universidade), disponibilizado ‘online’ no dia 31 de março.

Boaventura diz que “nunca teve” reuniões com duas das autoras - Miye Tom e Catarina Laranjeiro - e que teve duas reuniões com a principal autora, Lieselotte Viaene.

"Tive duas reuniões, uma como seu supervisor do estágio Marie Curie quando chegou ao CES e outra como director estratégico do CES, a pedido do director executivo, para tentar resolver os problemas do comportamento incorreto e indisciplinado do ponto de vista institucional desta investigadora", refere a carta citada pela SIC, indicando que a investigadora viu ser-lhe aberto um processo disciplinar devido a comportamento que descreveu como "insolente e incorreto".

O mesmo processo terminou com a expulsão de Lieselotte Viaene, em junho de 2018, considerando que as acusações são um “ato miserável de vingança institucional e pessoal”.

"Independentemente dos procedimentos internos e judiciais que o CES vier a adoptar, quero informar-vos de que vou apresentar uma queixa crime por difamação contra as autoras", refere o professor catedrático de 82 anos, que acrescenta estar de "consciência bem tranquila" e pronto para confrontar aquilo que considera a "intenção de assassinato de caráter".

As autoras do artigo, a belga Lieselotte Viaene, a portuguesa Catarina Laranjeiro e a norte-americana Myie Nadya Tom, estiveram no CES como, respetivamente, investigadora de pós-doutoramento (com uma bolsa Marie Curie) e estudantes de doutoramento.

As agora ex-alunas do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra alegam terem sido vítimas de assédio sexual e moral, por parte do diretor emérito Boaventura de Sousa Santos de 82 anos e do professor Bruno Sena Martins.

As investigadoras, uma portuguesa e duas estrangeiras, relatam através da obra os episódios vividos, desde toques nos joelhos a convites como troca de ajuda académica.

O artigo do livro acusa também a instituição de silenciamento e cumplicidade.

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