26 out, 2013
O secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy, considera que Angola e Portugal "vão saber ultrapassar este pequeno problema" diplomático relacionado com o anunciado fim da parceira estratégica entre os dois países.
"Ainda não foi necessário a intervenção da CPLP enquanto organização. Acho que tanto Angola como Portugal vão saber ultrapassar este pequeno problema, pois têm condições suficientes para o fazer, tendo em conta as relações históricas que nós temos", afirmou Murade Murargy, de visita a São Tomé e Príncipe.
"Não é motivo que me preocupa ainda como secretário executivo da CPLP. Nós estamos a acompanhar a situação, é um assunto ainda ao nível bilateral que diz respeito a Portugal e Angola", acrescentou o secretário executivo.
O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou no dia 15, em Luanda, o fim da parceria estratégica com Portugal, durante o discurso sobre o estado da Nação, na Assembleia Nacional de Angola, apontando "incompreensões ao nível da cúpula e o clima político actual".
Desde então, têm havido uma série de afirmações de responsáveis dos dois países sobre esta questão. A parte portuguesa tem procurado relativizar o problema mas, na quarta-feira à noite, o chefe da diplomacia angolana, Georges Chikoti, disse, em entrevista à Televisão Pública de Angola, que Luanda deixou de considerar prioritária a cooperação com Portugal, elegendo África do Sul, China e Brasil como alternativas.