A+ / A-

protesto contra israel

Universidade do Porto. Aulas canceladas na Faculdade de Ciências

21 mai, 2024 - 04:40 • Lusa com Redação

Protesto contra a manutenção das relações entre a academia e Israel dura há cinco dias no interior da faculdade, nomeadamente nos corredores, escadas e em pelo menos uma sala.

A+ / A-

A direção da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto informou que não haverá aulas esta terça-feira no edifício ocupado por estudantes em protesto contra a manutenção das relações entre a academia e Israel.

Em comunicado emitido aos primeiros minutos desta terça, avança-se que o cancelamento se deve à "ocupação de parte das instalações" do departamento de Ciência de Computadores (DCC), ocorrido na segunda-feira.

"Assim, não irão decorrer quaisquer atividades académicas, incluindo aulas ou avaliações, dentro do edifício FC6, até a direção da FCUP dar novas indicações. Até lá, não será permitido o acesso ao edifício", lê-se no comunicado assinado pelo diretor do DCC, Alípio Jorge.

No final do quinto dia de protestos, no interior da faculdade, nomeadamente nos corredores, escadas e em pelo menos uma das salas, mantinham-se cerca de 25 estudantes, num cenário que, a continuar até de manhã, impossibilita o normal decurso das aulas.

A ocupação do espaço aconteceu após a chegada de cinco agentes da PSP ao edifício, chamados pela diretora da faculdade depois de a última reunião com os estudantes ter falhado uma tentativa de acordo, da parte de estudantes, para uma cisão da academia com o Estado de Israel, e, da parte da faculdade, para que abandonassem os jardins onde protestam desde quinta-feira.

Cerca de uma centena de pessoas continuavam às 00h00 de hoje concentradas no jardim da FCUP, em protesto contra a manutenção das relações entre a academia e o Estado de Israel.

O protesto teve o primeiro momento em oito de maio, quando cerca de meia centena de estudantes exigiram diante da reitoria da UP o corte de relações entre a academia e o Estado de Israel.

Na quarta-feira os estudantes concentraram-se na Faculdade de Belas Artes e decidiram prosseguir com o protesto na Faculdade de Ciências, onde colocaram tendas de campismo para se abrigarem durante a noite, rodeadas de bandeiras da Palestina, velas e faixas com frases como: "Solidariedade proletária por uma Palestina Livre", "Israel não é uma democracia, Israel é um país terrorista" e "A revolução começa aqui".

A ação faz parte da luta internacional de protesto estudantil que se iniciou em universidades norte-americanas e já se estendeu a instituições de ensino superior em várias cidades europeias, do Canadá, México e até Austrália, a exigir o fim da ofensiva israelita na Faixa de Gaza.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de sete de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou acima de 35 mil mortes, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas, e deixou o enclave numa situação de grave crise humanitária.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+