14 mar, 2024 - 04:36 • Ana Fernandes Silva
O presidente do V Congresso dos Jornalistas, Pedro Coelho, diz que a greve desta quinta-feira é "uma bomba atómica" necessária perante o "estado a que o jornalismo chegou".
Pedro Coelho diz que a expetativa face à primeira greve geral dos jornalistas em 40 anos "mesmo sendo condicionada, é forte".
"Quem pode fazer greve devia fazê-la", ainda que compreenda que "há muita gente que gostava de fazer mas não vai fazer porque a precariedade não lhes permite".
"Temos visto nas redações que há uma vontade imensa das pessoas em se juntarem a esta greve", diz o também jornalista da SIC à Renascença.
Pedro Coelho não espera "uma paragem total dos meios de comunicação social, mas se houver marcas já é uma vitória".
"O jornalismo corre sérios riscos de extinção", alerta Coelho, argumentando: "Toda a gente acha que pode produzir informação e consumir a informação que lhe é cedida, veiculada por fontes de proximidade, mas, na origem dessa informação há interesses obscuros que ninguém verdadeiramente consegue controlar."
Assim, sublinha o jornalista, esta greve geral "serve também para mostrar a utilidade e a necessidade do jornalismo".
A greve desta quinta--feira foi aprovada por mais de 500 jornalistas em congresso. Mais de 250 apelam em carta aberta à paralisação.