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Portugueses querem mais poder dos cidadãos na UE. Metade não sabe o nome de um eurodeputado

08 mai, 2024 - 20:00 • Diogo Camilo

Barómetro mostra que portugueses estão insatisfeitos com a forma como a União Europeia tem lidado com temas como a pobreza e o conflito entre Israel e Palestina. Metade não conhece o nome da atual presidente da Comissão Europeia, nem em que ano Portugal se tornou um Estado-membro.

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Os portugueses queixam-se de que o Governo e os eurodeputados têm pouca influência em Bruxelas e estão insatisfeitos com a forma como a União Europeia tem lidado com temas como a pobreza e o conflito entre Israel e Palestina, mas metade não sabe o nome de um dos eurodeputados eleitos em 2019, nem da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Um barómetro da Fundação Francisco Manuel dos Santos, divulgado esta quarta-feira a propósito do Dia da Europa, que se celebra a 9 de maio por ocasião da Declaração Schuman, aponta que os portugueses exigem poder para Portugal como Estado-membro, mas mostram pouco conhecimento sobre as caras que têm esse poder.

Apenas 44% conhece o nome da atual presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, e só 47,5% sabe responder corretamente com o nome de um dos 21 eurodeputados eleitos nas últimas europeias.

No inquérito, quase metade (45%) não soube responder exatamente o ano em que Portugal se tornou um Estado-membro da União Europeia, enquanto um em cada quatro não sabe o número de países que pertencem ao bloco europeu.

No entanto, isso não significa que os portugueses não vejam o lado bom de Portugal pertencer à União Europeia: mais de 90% concorda que o país beneficiou em ser Estado-membro da UE e mais de 70% responde que Portugal está melhor depois de ter adotado o euro.

Os inquiridos mostram mesmo mais confiança nas instituições europeias - mais de metade dos portugueses confia na Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e o Banco Central Europeu - que no Parlamento e no Governo português (abaixo dos 38% confiam).

Portugueses descontentes pela maneira como UE combate a pobreza

Entre as principais preocupações dos inquiridos está a maneira como Bruxelas tem respondido na luta contra a pobreza e às dificuldades e, recentemente, ao conflito entre Israel e Palestina: dois em cada três portugueses estão descontentes com a maneira como a UE se tem comportado e quase 85% quer uma “maior tomada de decisão a nível europeu”.

Os europeus consideram ainda que os cidadãos europeus têm muito pouca influência em relação ao que deveriam ter: quase 90% dos inquiridos gostariam que cidadãos tivessem uma forte influência nas políticas europeias, mas apenas 35% acreditam que isso acontece na realidade.

O mesmo para os portugueses em relação ao poder do Governo nacional nas políticas europeias: 84% dos inquiridos acham que a população em geral deveria ter “muita” ou pelo menos “alguma” influência nas medidas tomadas pelos governos, mas apenas 29% consideram que isso efetivamente acontece.

Na hora de escolher um novo Estado-membro para a União Europeia, mais de metade dos portugueses preferem a Ucrânia a juntar-se aos 27, enquanto apenas 2% quer o Reino Unido de volta. Suíça foi a resposta de 5% dos inquiridos.

Sobre os países com maior influência no bloco europeu, três em cada quatro (75%) consideram que é a Alemanha a ter mais poder na União Europeia, enquanto 0,6% acha que é Portugal e 1,4% acha que são os EUA.

O estudo, realizado pela DOMP para a Fundação Francisco Manuel dos Santos no início do ano, foi respondido por 1.107 inquiridos selecionados a partir de quotas de sexo, grupo etário e região.

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