D. António Couto
Quando contemplo os céus,
Obra das tuas mãos,
A lua e as estrelas que lá colocaste,
O que é o homem, Senhor, para te lembrares dele,
O filho do homem para que sobre ele te debruces com carinho?
O mundo que criaste, Senhor, é belo e está cheio de amor.
Cada tempo, cada estação, respira beleza.
Como são belos os raios de sol, os grãos de chuva,
As nuvens como brancos rebanhos colorindo os campos e o céu,
Os teus filhos, felizes, ocupados nas vindimas,
Tempo de festa, de dança, de roda, de alegria.
Só nos estorva um pouco
A traça desta pandemia,
Que nos tolhe os movimentos,
Nos rouba os amigos,
E nos afoga em melancolia.
Concede-nos, Senhor,
Por favor,
Que a tua graça possa vencer esta traça.
Faz-nos mais atentos e humildes,
Para sabermos ver,
Agradecidos,
Que também a nossa inteligência,
A ciência e a técnica,
Têm em Ti a sua fonte.
Abre-nos, Senhor, um novo horizonte.