10 jul, 2019 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
Os bancos voltaram a abrir os cordões ao crédito e só nos primeiros três meses do ano emprestaram dois milhões e 300 mil euros, só para crédito à habitação.
É o valor mais alto desde 2010… apesar dos alertas do Banco de Portugal.
Se por acaso está entre os que pediram dinheiro ao banco ou ainda está a pagar o seu crédito à habitação (ou outros créditos quaisquer), já certamente ouviu falar de
TAEG, a Taxa Anual Efetiva Global.
Para perceber como funciona, recorremos ao simulador de crédito à habitação do Banco de Portugal.
Exemplo: pedi 180 mil euros para comprar casa, com um prazo de 40 anos.
Taxa anual nominal, 2%. TAEG, 2,05%.
Mas, afinal, o que é isto? É o custo total de um crédito, expresso em percentagem anual do montante do empréstimo recebido.
Ou seja, é aquilo que pagamos em juros, impostos e comissões, para além do montante inicialmente pedido.
Voltemos ao nosso exemplo para ver como funciona. Para 180 mil euros de crédito a 40 anos, com uma TAEG 2,05%, pago 545 euros de mensalidade.
Na primeira, amortizo 245 euros em capital e 300 euros em juros; 480 mensalidades depois, é ao contrário: amortizo 544, 18 euros de capital e 91 cêntimos em juros.
Pelo meio, paguei mais 82.700 euros do que pedi. É muito, não é? Pois é. São os tais 2,05% de TAEG que fazem a diferença.
Por isso, se eu pegar nesse montante e somar aos 180 mil euros que pedi ao meu banco, vou no final pagar 262.700 euros – o montante total imputado ao consumidor.