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Amnistia quer resposta a sem-abrigo e despejos forçados na Lei de Bases da Habitação

08 mai, 2019 - 12:42 • Lusa

"Há centros urbanos sob enorme pressão devido à especulação imobiliária", alerta responsável.

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A Amnistia Internacional Portugal (AIPT) defende que a Lei de Bases da Habitação tem de responder a problemas lesivos da dignidade das pessoas, nomeadamente situações de sem-abrigo, despejos forçados e famílias sem meios para manter a habitação.

Num contributo para a criação da Lei de Bases da Habitação, enviado aos grupos parlamentares da Assembleia da República, o diretor da AIPT, Pedro Neto, afirmou que "a Lei de Bases da Habitação deve prever os meios necessários para responder a variados casos, garantindo o pleno respeito pelos direitos humanos".

Dos casos que têm de ser objeto de resposta contra a pobreza extrema em Portugal, Pedro Neto destacou as "situações de sem-abrigo, despejos forçados - onde não foram esgotadas todas as alternativas nem houve envolvimento de todas as partes - e famílias sem os meios adequados para manter a sua habitação".

"Hoje, há centros urbanos sob enorme pressão devido à especulação imobiliária", disse o responsável da AIPT, referindo que é preciso criar condições para que os senhorios consigam negociar rendas adequadas e acessíveis, sem perderem os seus direitos de propriedade, poupança e investimento.

Na perspetiva de Pedro Neto, a habitação é um direito, pelo que "são necessárias políticas públicas e incentivos para garantir preços acessíveis para quem busca um teto".

"Baseado nos direitos fundamentais e nos direitos humanos, a Lei de Bases da Habitação tem de favorecer a definição e implementação de leis, políticas, programas e práticas que cumpram efetivamente as obrigações internacionais e regionais do Estado português", avançou a organização não governamental de defesa dos direitos humanos, no contributo enviado à Assembleia da República.

Neste sentido, o contributo da AIPT para a criação da Lei de Bases da Habitação, que conta com projetos de PS, PCP e BE, propõe que seja estabelecido o quadro geral do direito a uma habitação condigna, consagrando e definindo os princípios de ação nesta matéria.

A organização não governamental sugeriu 24 medidas "essenciais para garantir os mais elementares direitos e alcançar uma maior e melhor efetivação do direito a uma habitação condigna em Portugal", nomeadamente o reconhecimento explícito de que a existência de pessoas sem-abrigo é uma violação do direito a uma habitação condigna, a proibição de todas as formas de discriminação em matéria de habitação e a proibição dos desalojamentos forçados.

Em discussão no parlamento, no âmbito do grupo de trabalho da Habitação, o processo de criação da Lei de Bases da Habitação conta com projetos de PS, PCP e BE. Cumprindo-se este calendário, a votação final, em sessão plenária, deverá acontecer em 31 de maio, conforme a "data indicativa" apresentada pelos deputados.

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