22 mai, 2019
Henrique Raposo questiona-se: “porque é que temos de dar dados?” No seu entender, “é inaceitável”, por exemplo, a quantidade de informação pessoal que a Apple pede para o ‘ID card’.
“A Apple não tem de saber aqueles dados sobre mim, é inaceitável. Dados que depois são vendidos! A Apple vende, o Facebook vende numa espécie de mercado negro que todos aceitamos”, critica.
Jacinto Lucas Pires, que nesta quarta-feira participou no debate a partir de Viena, na Áustria, chama a atenção para o facto de o setor público poder ficar de fora da fiscalização.
“É um bocado incompreensível porque, de facto, muitos dados delicados estão na mão dos serviços públicos”, mas depois obrigam “empresas, às vezes com uma pequena dimensão e até organizações sem fins lucrativos a gastar dinheiro, quando o Estado não dá o exemplo.”.
A distinção feita a Chico Buarque, que ganhou o prémio Camões 2019 é, por outro lado, muito bem vista pelos dois comentadores.
“Acho ótimo”, diz Henrique Raposo. “Aqui premeia-se sobretudo os poemas. Podes comprar um livro dos poemas do Chico Buarque, que por acaso são cantados”, diz.
Jacinto Lucas Pires elogia o “grande escritor, não só de letras como de livros e romances”. “É um caso em que o premiado prestigia o prémio”, conclui.