09 abr, 2019 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
Se vai pegar no carro (ou se está à escuta da rádio neste preciso momento, enquanto conduz), saiba que Portugal tem as segundas melhores estradas da União Europeia.
Mas se acha que os sítios por onde anda têm buracos a mais, é favor enviar queixa ou reclamação aos autores do painel de avaliação sobre transportes da Comissão Europeia. São eles que dizem que Portugal é o segundo classificado no ranking das melhores estradas dos 28.
O curioso é que somos superados por um país que tem apenas um terço da nossa superfície, mas tem mais ste milhões de habitantes do que Portugal e uma rede viária que ultrapassa os 139 mil quilómetros, que correspondem a 10 vezes o total das estradas portuguesas.
Dados de 2017 divulgados pela Pordata, indicam que Portugal terá qualquer coisa como 14 mil quilómetros de rede viária. O que vem provar que o tamanho não interessa nada. O que importa é o que se faz com ele.
Entre os 28 estados da União Europeia, a Holanda é o que tem as melhores estradas. Portugal surge logo a seguir e a França fecha o pódio.
Do lado oposto da tabela estão a Roménia e Malta, dois países onde mais vale ter um veículo todo-o-terreno ou, então, uma conta bancária bem recheada para pagar alinhamentos de direção, suspensões novas e pneus.
Voltemos a Portugal e às conclusões do painel europeu de avaliação sobre transportes
A nível de sinistralidade rodoviária, o relatório aponta sinais positivos. É verdade que as notícias falam muito de mortes na estrada e todas são de lamentar. Só que, desde 2010, a Comissão Europeia regista uma diminuição do número de mortes na estrada por milhão de habitantes. Em 2017, eram 58.
Estamos acima dos 49 da média europeia e muito acima dos 25 da Suécia, dos 28 do Reino Unido e dos 30 da Dinamarca. Mas estamos, seguramente, melhor do que os 99 da Roménia, os 96 da Bulgária e os 80 da Croácia.
Ou seja, temos boas estradas e indicadores de sinistralidade que parecem evoluir num sentido mais positivo.
Temos é outro problema. O preço dos combustíveis. Afinal, de quê que adianta termos estradas de excelência se temos o gasóleo e a gasolina a subir há mais de dois meses?
De acordo com a Associação das Empresas Petrolíferas, em março deste ano, o valor médio por um litro de gasolina foi de 1 euro e 47 cêntimos. No conjunto da União Europeia, o preço foi de 1 euro e 38 cêntimos.
Holanda, Dinamarca, Grécia, Itália e França. Só cinco países apresentam combustíveis mais caros do que Portugal.
Valha-nos a vizinhança com a Espanha, onde o preço médio por litro é de menos 20 cêntimos.
Num depósito atestado, já é qualquer coisa.