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O Mundo em Três Dimensões - Azáfama de Natal - 17/12/2018

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Compras de Natal podem dar dores de cabeça

17 dez, 2018 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)


Estamos a começar a última semana antes do Natal e esta costuma ser, normalmente, a altura mais movimentada nos centros comerciais para fazer as últimas compras. Mas o quê que tudo isto tem a ver com dores de cabeça?

Não há nada melhor do que começar a semana com um sorriso de um lado ao outro, afinal estamos em contagem decrescente para o Natal. Os miúdos andam felizes, por vezes um pouco eufóricos, mas isso é normal.

Nós também já fomos pequenos e, com certeza, cada um de nós guarda belas memórias dos Natais em família, do frenesim do desembrulhar das prendas, dos teatrinhos entre primos e irmãos que animavam os pais, os tios e os avós a seguir à consoada.

Quando se chega a uma certa idade, ficamos mais nostálgicos. Não necessariamente tristes, embora tenhamos a consciência de que os tempos mudaram. E o Natal dos nossos dias também é diferente do dos nossos filhos.

Dito isto, a tradição continua a ser o que era. E se no meu tempo, receber jogos para o ZX Spectrum ou um carro telecomandado é que era, hoje a alegria dos miúdos são os jogos da Playstation ou, quem sabe, um daqueles telemóveis topo de gama ou um tablet.

Seja como for, o que não mudou em 40 anos - e certamente não vai mudar nos próximos 40 - é a azáfama dos pais para que os meninos tenham aquilo que pedem, dentro das possibilidades, claro.

Vai tudo a correr para os centros comerciais. Passar uma hora no trânsito, mais 30 minutos à espera de estacionamento e mais duas horas (na melhor das hipóteses) para encontrar aquilo que procura para dar aos seus.

Se juntar todo esse tempo, chega à conclusão que leva tantas horas (ou mais) para percorrer meia dúzia de quilómetros numa fila de trânsito até ao centro comercial onde passa exatamente o mesmo tempo que demoraria a viajar de carro pela A1 entre Lisboa e o Porto. Já reparou? São três horas (ou mais).

Perde a paciência de ver tanta luzinha vermelha dos automóveis que seguem à sua frente, desespera quando outro condutor abusa da confiança e se mete à sua frente na fila ou fica com aquele lugar que estava mesmo a olhar para si no parque de estacionamento.

Gesticula, fala alto, revela o lado pior do automobilista que há em si e cansa-se. É meio caminho andado para a dor de cabeça.

Um em cada cinco portugueses sofre de enxaquecas, 20% da população. E desses, há 700 mil pessoas que sofrem de enxaquecas graves, o mesmo é dizer: têm mais de quatro crises por mês, com dores mais intensas.

Uma doença que afeta mais mulheres do que homens e que é responsável por um absentismo laboral que pode ir até aos quatro dias por ano em 50% dos pacientes.

Em 95% dos casos, a dor de cabeça não deixa dormir. E se não dorme não anda bem e o resto do mundo não está para aturar más disposições. Dito de outra forma: 54% dos inquiridos pela Sociedade Portuguesa de Cefaleias diz sentir incompreensão por parte de outros.

Mas ter uma dor de cabeça é desconfortável que se farta. Por isso, nesta altura do ano em que se apela ao melhor que o ser humano tem, tente ser mais compreensivo. Sim, eu sei, com o ano a chegar ao fim andamos todos mais cansados e mais emotivos. O Natal tem destas coisas.

Mas isto é também para si que sofre de dores de cabeça: evite as confusões dos shoppings e opte por um natal mais poupadinho. Tenho a certeza de que os familiares e amigos vão perceber.

Afinal, o espírito da festa é toda uma outra coisa diferente - e felizmente mais construtiva - do que simplesmente desembrulhar prendas.

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