07 set, 2018 • André Rodrigues
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Francisco José Viegas avisa que o ataque ao candidato Jair Bolsonaro, à entrada para a fase decisiva da campanha presidencial no Brasil, revela "muito mais do que uma simples polarização entre esquerda e direita".
O antigo secretário de Estado da Cultura, profundo conhecedor da realidade brasileira, diz à Renascença que o incidente confirma "uma fragmentação muito dolorosa da sociedade brasileira, um país dominado pelo ressentimento e, também, pelo divórcio absoluto entre a maioria silenciosa, que são os eleitores, e os seus políticos que deveriam ser seus representantes e são vistos como uma classe à parte".
O candidato de extrema-direita às presidenciais do Brasil foi esfaqueado, esta quinta-feira, durante uma ação de campanha em Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais. De acordo com a mais recente informação clínica, encontra-se em situação estável, mas deverá permanecer hospitalizado pelo menos mais 10 dias.
Uma circunstância que, para Francisco José Viegas, "poderá dar um empurrão muito importante" rumo à eleição.
Estabelecendo um paralelismo com o incidente da Marinha Grande que, em 1986, culminou com a eleição de Mário Soares como Presidente da República em Portugal, Viegas reconhece que "há candidatos a estas presidenciais brasileiras que, certamente, vão subir nas sondagens por estarem silenciados".
E não tem dúvidas: "esse é o caso de Jair Bolsonaro", porque, "mantê-lo como vítima durante estes 10 dias cruciais de campanha, é uma grande ajuda", conclui.