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Igreja recorda assassinato do padre Hamel na igreja de Saint Étienne-du-Rouvray

26 jul, 2024 • Olímpia Mairos


Além de uma vigília de oração haverá também uma cerimónia organizada pelo município local.

A comunidade de Saint Étienne-du-Rouvray, na Normandia, em França, vai recordar esta sexta-feira o padre Hamel, assassinado há oito anos por dois extremistas islâmicos.

De acordo com a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o sacerdote “e todas as vítimas do terrorismo” vão ser recordadas com um programa que junta não só autoridades religiosas, mas também civis.

“Haverá uma missa, que será presidida por D. Dominique Lebrun, arcebispo de Rouen, a que seguirá uma ‘cerimónia republicana pela paz e fraternidade’ em homenagem ao padre Hamel e que é organizada pelo município local”, informa a AIS.

O crime de há oito anos comoveu o mundo pela idade avançada do sacerdote, pela violência brutal usada pelos terroristas, mas também pelo facto de ter sido o primeiro padre católico a ser morto na Europa pelos extremistas do Daesh.

A AIS lembra que o padre Jacques Hamel já tinha passado a idade da reforma há quase uma década, mas continuava a trabalhar como padre assistente na Paróquia de Saint Étienne-du-Rouvray, um subúrbio de Rouen, no nordeste de França, mostrando uma grande abertura ao diálogo ecuménico e inter-religioso com muçulmanos e judeus que residiam na zona.

Segundo a AIS, depois do seu assassinato multiplicaram-se mesmo os encontros entre as várias confissões religiosas.

Citando o padre Paul Vigouroux, da diocese de Rouen, a AIS refere que praticamente desde o dia do assassinato que a Igreja de Saint-Étienne-du-Rouvray se transformou num local de peregrinação.

“Os fiéis vão à igreja ou ao túmulo do padre Hamel, sozinhos ou em grupos para rezar”, disse o sacerdote.

Esta afluência de fiéis poderá conduzir, já no próximo ano, à criação de um “espaço de acolhimento”, no centro paroquial, ao lado do presbitério onde vivia o padre Hamel, onde estará uma exposição permanente com a reconstituição dos acontecimentos de há oito anos.

Considerado como mártir pelos fiéis mal se soube da notícia do assassinato, o processo de beatificação do padre Jacques Hamel arrancou um ano depois tendo-se concluído já em 2019 a chamada fase diocesana. Ao longo desse trabalho foram reunidas mais de 11 mil páginas de documentos, de testemunhos, de histórias de vida e até as homilias deste sacerdote francês que o Papa Francisco viria a recordar como sendo “um homem manso e bom, que criava fraternidade” e que “deu a vida para não renegar Jesus”.

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