"É preciso apoiar os jovens e as jovens famílias". Em reação ao estudo da Universidade de Washington que aponta para um futuro de "graves consequências para a economia e sociedades", por causa da baixa fertilidade, Simão Mira, do Departamento Nacional da Pastoral da Familia defende, em declarações à Renascença, a necessidade de se dar "melhores condições de vida às famílias".

O responsável entende que os apoios não podem ser pontuais e adianta que é preciso que "as pessoas possam contar com apoios do Estado quando não tenham capacidade de manter os mínimos de vivência familiar".

“Tem de se olhar para o país como um todo. Gerar mais sustentabilidade no sentido de apoiar aquando dos nascimentos, mas também é preciso que esses apoios sejam consequentes e que as pessoas possam efetivamente contar com apoios do Estado quando não têm capacidade de manter os mínimos para uma vivência familiar. E isso é transversal e tem a ver com questões sociais transversais”, defende.

Por outro lado, Simão Mira lamenta que cada vez mais tarde se consiga “autonomia financeira”. “E isto leva a que cada vez mais tarde se pense em constituir família, o que dificulta muito esta realidade, porque a regra é cada vez menos as pessoas terem capacidade para assumir a responsabilidade de ter filhos. As politicas em Portugal são as que temos vindo a assistir. A vida está difícil de uma forma geral e se estas politicas são ou não as mais corretas não sabemos”, prossegue. Simão Mira entende que “se não houver uma mudança de mentalidade acompanhada com melhor qualidade de vida não vamos conseguir alterar este problema a médio prazo". "Bem pelo contrário”, diz.

Perante um cenário de desequilíbrio populacional, os investigadores da Universidade de Washington apelam ao sentido de estratégia dos governos.

No caso dos países mais ricos e com baixas taxas de fertilidade os especialistas defendem “a adoção de medidas de apoio aos pais e a imigração aberta, de modo a manter a dimensão da população e o crescimento económico”. Simão Mira do Departamento Nacional da Pastoral da Família diz que "os imigrantes ajudarão a alterar o paradigma com que vivemos", onde predomina "uma população cada vez mais envelhecida”.