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15,5% da população portuguesa tem anticorpos contra a Covid-19

26 abr, 2021 - 11:00 • Olímpia Mairos

A maioria conseguiu anticorpos após infeção. É nas regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Alentejo que se encontram mais casos de imunidade.

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A percentagem dos portugueses com anticorpos ao coronavírus SARS-Cov-2 (seroprevalência) é estimada em 15,5%, um valor inferior ao necessário para alcançar uma potencial imunidade de grupo, revelam resultados preliminares divulgados esta segunda-feira.

O balanço do Inquérito Serológico Nacional Covid-19 conclui que a prevalência de anticorpos específicos contra-SARS-CoV-2 na população residente em Portugal, com idades entre 1 e 80 anos, foi de 15,5%, sendo 13,5% por infeção”.

As regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Alentejo foram aquelas onde se observou uma maior percentagem da população com anticorpos, com o Algarve e ilhas a registar valores mais baixos, explica a coordenadora do estudo, Ana Paula Rodrigues, em declarações à Renascença "Temos aqui dois grupos de regiões, desde o norte ao Alentejo com seroprevalências na ordem dos 15%, mas depois o Algarve e regiões autónomas com seroprevalências mais baixas, à volta dos 6%. Isto está de acordo com o que vimos das taxas de infeção nas regiões que também têm esta diferenciação."

Analisando as idades, destaca-se a seroprevalência mais elevada na população adulta em idade ativa e mais baixa no grupo entre os 70 e os 79 anos.

Os resultados preliminares revelam ainda que “a seroprevalência estimada para os grupos etários abaixo dos 20 anos não é inferior à da população adulta”.

Aumento de anticorpos reforçado após segunda toma da vacina

Segundo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), promotor do estudo, no grupo de vacinados “a proporção de pessoas com anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 foi de 74,9%, valor que aumentou para 98,5%, quando consideradas apenas as pessoas vacinadas com duas doses há, pelo menos, sete dias”.

Em comunicado, o INSA alerta que estas estimativas “devem ser interpretadas com cautela, dado o reduzido número de pessoas vacinadas no ISN COVID-19, mas corroboram o efeito esperado de aumento da imunidade populacional, à medida que o programa de vacinação for sendo implementado”.

Em declarações à Renascença, Ana Paula Rodrigues diz que é possível extrapolar que os dados neste momento serão mais animadores. ""Olhando só para os vacinados e que tinham feito duas doses, isto é, que tinham um esquema vacinal cumprido e que já tinham feito a vacina pelo menos há sete dias, apesar de o grupo ser pequeno, cerca de 95% das pessoas tinham anticorpos, o que quer dizer que, nesta altura, se olhássemos para as pessoas que têm já duas doses há mais de uma semana, cerca de 95% dessas terão anticorpos."

"Podemos fazer esta extrapolação, portanto a seroprevalência neste momento, devido à vacinação, é com certeza superior aos 2% que encontrámos até aqui, até porque não considerámos a população com mais de 80 anos, que está sobretudo institucionalizada e que era, até à data, a população que estava mais vacinada."

O trabalho de campo do inquérito decorreu entre 2 e 31 de março, tendo sido recrutadas 8.463 pessoas, com idade superior a um ano, residentes em Portugal.

O estudo deu continuidade ao primeiro ISN COVID-19, realizado entre maio e julho de 2020, e que estimou uma seroprevalência global de 2,9% de infeção pelo novo coronavírus na população residente em Portugal, não tendo sido encontradas diferenças significativas entre regiões e grupos etários.

Desde o início da pandemia, Portugal já contabilizou 834.442 casos confirmados de Covid-19 e 16.965 óbitos associados à doença.

[Notícia atualizada às 17h33 com declarações de Ana Paula Rodrigues]

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