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Recorde a reunião do Infarmed. Imunidade de grupo deve ser alcançada entre julho e agosto

13 abr, 2021 - 10:22 • Cristina Nascimento

Plano de desconfinamento deve entrar na terceira na próxima segunda-feira. Decisões finais serão tomadas esta semana.

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Realiza-se esta terça-feira de manhã nova reunião do Infarmed com a presença física da ministra da Saúde Marta Temido. Os especialistas vão prestar informações que serão decisivas para ajuizar sobre a continuidade do desconfinamento.

Depois de abertos os trabalhos, o primeiro especialista a tomar a palavra foi André Peralta, da Direção-Geral da Saúde, que deu conta de uma incidência "moderada" da doença e com uma tendência "ligeiramente crescente".

Entre os vários indicadores divulgados por este especialista, André Peralta destacou o facto da taxa de mortalidade em Portugal estar neste momento "abaixo do limiar estabelecido pelo Centro Europeu do Controlo de Doenças".

Este especialista reforçou a informação que, nas últimas semanas, houve uma "redução assinalável de casos em todos os grupos”, mas com algumas variantes. Na faixa etária entre os zero e os nove anos há uma "inversão da tendência e aumentou", enquanto que houve um decréscimo significativo na faixa etária com mais de 80 anos.

André Peralta Santos referiu ainda que os efeitos da vacinação refletem-se também no número de casos ativos nos lares. São 121, o "número mais baixo desde que há registos".

Depois tomou a palavra o especialista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge Baltazar Nunes que revelou que a vacinação evitou até 140 óbitos entre janeiro e abril.

No que toca à análise da incidência da doença, Baltazar Nunes referiu que, a manter-se o atual ritmo, Portugal pode atingir o valor de 120 casos por 100 mil habitantes nas próximas duas semanas a um mês.

O terceiro especialista a tomar a palavra foi João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, que deu conta da evolução da presença de variantes da doença em Portugal.

A variante do Reino Unido é predominante e, segundo este especialista, "temos que nos conformar" com a presença de uma estirpe mais transmissível. No mês de março, a variante do Reino Unido foi responsável por 83% dos casos, adiantou o especialista.

João Paulo Gomes considerou "uma boa notícia" os dados sobre a variante brasileira que, garante, apresenta "níveis residuais". Já a variante da África do Sul, o especialista refere que "há alguma preocupação, há um aumento de casos com algum significado", mas em linha com os restantes países europeus.

Numa visão global, o especialista considerou que a presença de variantes da doença em Portugal "não é um obstáculo à continuação do desconfinamento".

Nesta reunião de especialistas, tomou também a palavra o vice almirante Gouveia e Melo que revelou que, em abril, vai receber quase dois milhões de doses de vacinas para poderem ser administradas e que está a ser equacionada uma reestruturação do plano.

"Estamos a ponderar colapsar a Fase 2 com a Fase 3, dado que temos disponibilidade de vacinas suficientes", referiu.

Gouveia e Melo disse ainda que os níveis de vacinação "dos mais de 80 anos já estamos acima dos 90%", "profissionais de saúde 96%, trabalhadores das escolas a 23%.

O coordenador da "task force" de vacinação revelou ainda que Portugal deve atingir a imunidade de grupo, ou seja, 70% da população acima dos 30 anos "entre julho e agosto". Já a proteção da maioria das pessoas acima dos 60 anos deve ser alcançada entre a última semana de maio e a primeira de junho.

Gouveia e Melo refere que no segundo trimestre o ritmo de vacinação deve fixar-se nas 97 mil inoculações por dia.

A exposição de Gouveia e Melo foi a última da parte pública da reunião do Infarmed.

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