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Cerca de 30 mil pessoas precisam de apoio urgente no distrito de Palma

05 abr, 2021 - 21:22 • Lusa

As vítimas dos ataques de Palma necessitam de imediato de alimentos, medicamentos e assistência médica e psicossocial.

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O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique anunciou esta segunda-feira que cerca de 30 mil pessoas que continuam escondidas no distrito de Palma precisam de apoio urgente para os próximos 30 dias.

"Desde o dia 24 [em que ocorreram os ataques de grupos armados à vila], cerca de 30 mil pessoas estão estimadas como sendo pessoas deslocadas que estão em Palma", afirmou o diretor da Área de Prevenção e Mitigação do INGD, César Tembe.

Tembe avançou que a assistência humanitária ao referido grupo de deslocados está avaliado em cerca de 41 milhões de meticais (pouco mais de 522 mil euros) só para os próximos 30 dias.

As vítimas dos ataques de Palma necessitam de imediato de alimentos, medicamentos e assistência médica e psicossocial, acrescentou.

"Para este grupo de pessoas já estão a ser enviados recursos e estamos a fazer a mobilização de mais recursos adicionais", destacou César Tembe, sem entrar em pormenores.

Os cerca de 30 mil deslocados que abandonaram a vila, mas não saíram do distrito de Palma juntam-se a cerca de 6.500 pessoas que foram retiradas da vila para a capital da província de Cabo Delgado, Pemba.

Parte dos deslocados que se encontram na cidade de Pemba estão em dois centros de acomodação e uma outra parcela foi acolhida pelas respetivas famílias, afirmou o diretor da Área de Prevenção e Mitigação do INGD.

César Tembe enfatizou que a fuga em massa provocada pelos ataques de grupos armados à vila de Palma "incrementou" o número de deslocados gerados pela violência armada no norte e no centro do país, passando a cifra a ultrapassar 722 mil pessoas obrigadas a fugir de casa.

A violência desencadeada há mais de três anos na província de Cabo Delgado ganhou uma nova escalada há uma semana, quando grupos armados atacaram pela primeira vez a vila de Palma, que está a cerca de seis quilómetros dos multibilionários projetos de gás natural.

Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de milhares de residentes de Palma, agravando uma crise humanitária que atinge cerca de 700 mil pessoas na província, desde o início do conflito, de acordo com dados das Nações Unidas.

No centro do país, ações armadas atribuídas à Junta Militar, uma dissidência da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas e o deslocamento forçado de centenas de famílias.

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