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José Pereira

Associação de Treinadores descarta viabilidade de limitação a despedimentos

25 mar, 2021 - 12:45 • Luís Aresta com Redação

O presidente da ANTF, José Pereira, salienta que "a liberdade do trabalho é inalienável", logo "num país democrático, dificilmente essas coisas podem acontecer". Pedagogia também é inviável.

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O presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), José Pereira, considera que será impossível impor, em Portugal, um limite de treinadores por temporada, como aconteceu no Brasil.

A Confederação Brasileira de Futebol aprovou uma medida que dita que cada clube poderá contratar, no máximo, dois treinadores por temporada. Caso haja um segundo despedimento, o técnico seguinte tem de ter já uma ligação de pelo menos seis meses ao clube. José Pereira descarta, em Bola Branca, a viabilidade de medida semelhante em Portugal.

"A liberdade do trabalho é inalienável, portanto ninguém pode impedir alguém de fazer um novo contrato à luz da nossa Constituição. É um assunto que poderá eventualmente colocar-se em termos desportivos, mas em termos constitucionais será muito difícil alcançar uma situação dessas, porque facilmente uma pessoa recorrerá aos tribunais pelo facto de lhe cortar a possibilidade de trabalhar", vinca o presidente da ANTF.

José Pereira assinala que "o futebol não é um mundo à parte das leis institucionalmente estabelecidas em cada país". "No nosso país ou num país democrático, dificilmente essas coisas podem acontecer", adita.

Pedagogia não funcionaria


Questionado se a medida se poderia implementar de forma mais pedagógica, isto é, de "educar" os clubes para que não troquem de treinador "como quem troca de camisa", José Pereira torce o nariz. Afinal, a pedagogia pouco interessa face à pressão dos resultados:

"Estamos a falar de clubes que descem de divisão, que sobem de divisão, os treinadores que estão empregados e vão para o desemprego. De livre e espontânea vontade, será muito difícil de concretizar e por isso existe a situação que existe neste momento e que não será ultrapassável por via da diplomacia. Em termos legais, também é incontornável é o direito de cada um trabalhar na sua profissão, seja em que circunstância for."

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