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A Semana de Nuno Botelho

Ingovernabilidade? Montenegro tem de "jogar na antecipação" contra coligação negativa

11 mai, 2024 - 09:00 • André Rodrigues

Soma PS/Chega já viabilizou a abolição de portagens nas antigas Scut e o aumento progressivo da dedução em IRS das rendas para 800 euros, até ao final da legislatura que, eventualmente, vai sucumbir antes de 2028: "depois das europeias, Montenegro pode forçar eleições antecipadas".

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Coligações negativas? Montenegro vai ter de "jogar na antecipação"

O presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho, alerta para os riscos de sucessivas coligações negativas que condicionam a ação do Governo.

Em causa estão os votos favoráveis de PS e Chega, tanto no projeto de lei socialista para aumentar a dedução em sede de IRS das rendas para 800 euros, progressivamente até 2028, como na abolição de portagens nas antigas Scut.

“É muito preocupante o que se tem passado, porque, se temos um Governo que foi eleito e, depois, temos uma coligação negativa que impõe medidas contra o programa desse Governo, facilmente percebemos que as coisas não podem correr bem”, alerta Nuno Botelho.

No habitual comentário semanal no programa "Manhã, Manhã", da Renascença, o empresário e jurista sugere que a melhor forma de Luís Montenegro conseguir reverter essa estratégia será “jogar na antecipação, tal como fez na passada quinta-feira com o Complemento Solidário para Idosos”.

“É jogar na surpresa e levar à Assembleia da República questões que surpreendem a oposição e deixam-na sem margem para que eles possam dizer que não”, acrescenta.

Nuno Botelho reconhece que “é um trabalho de enorme paciência, de resiliência e, ao mesmo tempo muito complicado” para o Executivo que, na opinião do presidente da Associação Comercial do Porto, irá enfrentar tempos complexos, com uma forte probabilidade de ter de se apresentar, de novo, a votos muito em breve.

Depois das eleições europeias, em função do resultado, Luís Montenegro pode forçar ou não novas eleições”, mas isso não acontecerá antes das negociações do Orçamento do Estado para 2025.

Vai ser um momento-chave, como o azeite… a verdade vai vir ao de cima e aí saberemos qual é a posição do PS relativamente a isto… se há ou não um bloqueio”, refere.

Presidente da República "desaparecido em combate"

No entanto, Nuno Botelho não exclui o Presidente da República das responsabilidades no atual estado de crispação política.

Se tivéssemos um Presidente da República com alguma autoridade, há muito que o PS e o Chega teriam sido chamados a Belém”, afirma. Ao contrário disso, entende o presidente da Associação Comercial do Porto, “temos um Presidente da República desaparecido em combate e isto não é bom para o país”.

Norte da semana

Posse de Villas-Boas no FC Porto. “O positivo é a forma como o ato eleitoral decorreu e a coragem física com que André Villas-Boas enfrentou este ato eleitoral. É louvável vermos alguém que, aos 46 anos, enfrenta os poderes instalados em função daquilo em que acredita para mudar o rumo de uma instituição tão importante para a cidade, para a região e para o país”.

Desnorte da semana

Chega contra Marcelo por “traição à Pátria”? “É inadmissível, desproporcional e inacreditável. Acho que não houve, de facto, questão nenhuma sobre traição à Pátria. Podemos criticar as posições do Presidente da República – e elas são mesmo criticáveis – mas dizer que a pessoa em questão é um traidor à Pátria é, a meu ver, um completo disparate”.

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