27 abr, 2018 - 17:03
A Aeronáutica Civil da Colômbia (AAC) divulgou, esta sexta-feira, as conclusões do relatório final do acidente do avião que levava a equipa da Chapecoense, desastre que vitimou 71 pessoas, em novembro de 2016. Os investigadores chegaram à conclusão de que, 40 minutos antes da queda, o avião acusou falta de combustível e a tripulação recusou parar para abastecer.
A análise da caixa-preta do avião, que contém gravadores de dados de voz e de voo, permitiu aos investigadores chegarem à conclusão de que o avião tinha 2.203 quilos de combustível a menos do que devia levar para a viagem. As normas internacionais ditam que o voo deve ter combustível suficiente para chegar ao aeroporto de destino e a um aeroporto alternativo, caso haja problemas, além de 30 minutos de reserva.
O mínimo obrigatório para cumprir os regulamentos, no voo em questão, era um total de 11.603 quilos de combustível, segundo o relatório da investigação. O avião da companhia LaMia tinha apenas 9.300 quilos de combustível. O veículo entrou em modo de emergência, a 40 minutos do acidente, e a tripulação ignorou os avisos sonoros e a luz vermelha emitida na cabine, para além de não terem avisado o controlo de tráfego aéreo sobre o que se estava a passar. "A tripulação descartou uma aterragem em Bogotá ou outro aeroporto para reabastecer", diz o documento. Os quatro motores acabaram por parar e o avião planou até atingir o solo.
A Chapecoense ia disputar a primeira mão da final da Taça Sul-Americana com os colombianos do Atlético Nacional. A bordo do avião, que realizou uma escala técnica na Bolívia, seguiam 77 pessoas, entre passageiros e tripulantes, das quais 71 morreram. Dos 22 jogadores do "Verdão", apenas três sobreviveram: Jackson Follmann, Neto e Alan Ruschel.