23 dez, 2019 - 10:30 • Marta Grosso
A justiça saudita condenou, nesta segunda-feira, oito pessoas pela morte do jornalista Jamal Khashoggi. Cinco foram condenadas à morte e três a 24 anos de prisão.
Khashoggi foi assassinado no início de outubro de 2018. Foi visto pela última vez no dia 2 desse mês, no consulado da Arábia Saudita em Istambul (Turquia), onde recebeu os documentos necessários para o seu casamento.
Segundo o jornal norte-americano "Washinghton Post", onde Jamal Khashoggi era colunista, o jornalista saudita, que esteve desaparecido durante duas semanas, terá sido assassinado e desmembrado no interior do consulado – conclusões decorrentes de gravações áudio e de vídeo a que o jornal teve acesso.
As gravações mostram que a equipa de segurança saudita deteve Khashoggi no consulado em 2 de outubro. O jornalista terá depois sido morto e desmembrado.
O homicídio causou uma onda de revolta em todo o mundo e manchou a imagem do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, tendo alguns governos ocidentais e a própria CIA apontado Mohammed bin Salman como cabeça do crime.
Khashoggi era um crítico da Arábia Saudita e foi a(...)
As autoridades sauditas afirmam, contudo, que o príncipe não teve qualquer papel no assassinato e onze suspeitos sauditas foram julgados em Riade, num processo que decorreu com muito secretismo.
Nesta segunda-feira, o procurador saudita Shalaan al-Shalaan leu o veredicto preliminar, adiantando que a investigação incluiu um conselheiro real, mas que acabou por não ser acusado, tendo sido, por isso, libertado.
Jamal Khashoggi residia nos Estados Unidos e era um forte crítico do regime saudita. Era colaborador do jornal “Washington Post” e tinha-se deslocado ao consulado de Istambul para obter uma certidão, a confirmar que estava divorciado, para se poder casar com a sua noiva turca, Hatice Cengiz.