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Arquidiocese de Évora

Entrada de D. Manuel Mendes da Conceição Santos foi há 100 anos

10 fev, 2021 - 19:49 • Rosário Silva

Numa nota aos diocesanos, o arcebispo D. Francisco Senra Coelho pede que “D. Manuel Mendes nos inspire e ajude” neste tempo de confinamento que “não significa tempo de paragem, que nos pode levar à desistência e ao desânimo".

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A Arquidiocese de Évora celebra esta quinta-feira, o centenário da entrada de D. Manuel Mendes da Conceição Santos na Sé e Basílica Metropolitana.

Aconteceu a 11 de fevereiro de 1921, num dia de “muita chuva”, mas também sob “ameaças e insultos que se faziam sentir e ouvir e que por engano atingiram, em forma de pedrada, o bispo de Beja, D. José do Patrocínio Dias”, recorda o arcebispo D. Francisco Senra Coelho, numa nota publicada esta quarta-feira.

Para celebrar o acontecimento, a Vice Postulação da Causa de Beatificação e Canonização do Servo de Deus organizou um programa, com destaque para duas propostas agendadas para estes dias 11 e 12 de fevereiro, às 21h30, na Igreja de S. Francisco, e que vão ser integralmente transmitidas online, nas páginas da rede social Facebook da Arquidiocese e da paróquia de S. Pedro.

Na palavra que dirige aos diocesanos, o arcebispo de Évora sublinha a importância da programação do centenário, que “inclui diversas propostas celebrativas de oração e ações missionárias na expressão de uma “Igreja em saída”, com a colaboração das Irmãs Servas da Santa Igreja”, congregação fundada por D. Manuel da Conceição Santos, e que estão a celebrar 75 anos da sua fundação.

“Trata-se de uma proposta audaciosa, criativa e generosa, sobretudo no contexto difícil da inesperada pandemia que nos condiciona fortemente”, destaca o prelado.

“Um Santo é Património Imaterial da Humanidade”, escreve D. Francisco Senra Coelho, para sublinhar o que considera ser “um dom inestimável que nos desafia à descoberta dos grandes valores da vida e ao dedicado serviço da Humanidade e da Igreja.”

Na mesma nota, o arcebispo pede “D. Manuel Mendes nos inspire e ajude”, neste tempo de confinamento que “não significa tempo de paragem, que nos pode levar à desistência e ao desânimo.”

Prossegue o prelado, “para nós cristãos, confinamento pode ser tempo de sementeira silenciosa, de formação e interioridade que nos prepare para a missão”, que terá de ser “intensa, porque a primavera do pós-pandemia vai certamente pedir muito trabalho para o qual devemos estar previamente preparados.”

O mais jovem prelado de Portugal

D. Manuel da Conceição Santos nasceu a 13 de dezembro de 1876, no lugar de Pé de Cão, freguesia de Olaia, no concelho de Torres Novas, no seio de uma família cristã.

Com 14 anos, entrou para o Seminário de Santarém, Patriarcado de Lisboa, a 2 de agosto de 1890, tendo sido ordenado padre a a 27 de maio de 1899.

A sua formação contou para além do Seminário de Santarém, com a Universidade de Santo Apolinário, em Roma, para onde partiu em 1895, para frequentar a Faculdade de Teologia, sendo condiscípulo e amigo próximo do também seminarista Eugénio Pacelli, futuro Papa Pio XII.

Concluído o doutoramento regressou a Portugal, e após a ordenação sacerdotal (1899), foi professor e prefeito do seu Seminário de Santarém durante cinco anos.

No ano letivo de 1905/1906, deixa Santarém a pedido do então bispo da Guarda, D. Manuel Vieira de Matos, vai para ocupar as funções de vice-reitor do Seminário e professor de Teologia. Apesar de não pertencer ao clero da Guarda, foi nomeado cónego em 1909.

A 9 de dezembro de 1915, foi eleito bispo de Portalegre e Castelo Branco, tendo recebido a Ordenação Episcopal a 31 de maio de 1916, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Torres Vedras. Quatro dias depois, a 7 de maio de 1916, entrou solenemente na Sé de Portalegre, tornando-se no mais jovem dos prelados de Portugal.

Por motivos de saúde do então arcebispo de Évora, D. Augusto Eduardo Nunes, D. Manuel Mendes da Conceição Santos, foi nomeado pelo Papa Bento XV, a 4 de junho de 1920, arcebispo coadjutor com futura sucessão de Évora, com o título de Arcebispo de Filipópolis.

À morte de D. Augusto, a 11 de julho de 1920, D. Manuel Mendes, a 24 do mesmo mês, assumiu as funções de Prelado Residencial de Évora.

Porém só pôde deixar a cidade e a diocese de Portalegre, que acumulou com o governo de Évora a 9 de janeiro de 1921, e a 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lurdes, entrou oficialmente na arquidiocese, faz agora, precisamente 100 anos.

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