Os chefes de Governo da União Europeia decidiram esta quarta-feira, em Bruxelas, agravar as sanções ao Irão.

O entendimento foi alcançado no Conselho Europeu de Bruxelas, com a presença do primeiro-ministro Luís Montenegro, na sequência do ataque sem precedentes contra Israel, no último sábado.

Em resposta a uma pergunta da Renascença, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, explicou que as sanções deverão atingir, nomeadamente, as empresas essenciais à construção de mísseis e drones.

“Condenamos este ataque lançado pelo Irão contra Israel. Decidimos impor sanções contra o Irão. É um sinal claro que queremos enviar. A ideia é visar as empresas necessárias para o fabrico de drones e mísseis, esta é a ideia global, mas terão mais informações através da decisão que será tomada pelo Conselho, declarou Chales Michel.

Os líderes europeus, reunidos em Bruxelas, respondem desta forma ao ataque com mais de 300 mísseis e drones realizados no sábado pelo Irão contra Israel, em retaliação ao bombardeamento do consulado em Damasco, na Síria.

Mais detalhes sobre as sanções a aplicar ao Irão ficam reservados para mais tarde, com Charles Michel a sublinhar a importância de isolar o Irão e, em simultâneo, evitar uma escalada da violência no Médio Oriente.

O presidente do Conselho Europeu defende que é preciso fazer todos os esforços para evitar uma escalada de tensão no Médio Oriente e pede contenção ao Irão e a Israel.

A UE também continua empenhada numa solução para a guerra na Faixa de Gaza, que passa por um cessar-fogo imediato, libertação dos reféns sem condições e ajuda humanitária sem restrições, refere Chales Michel.

Noutro plano, o presidente do Conselho Europeu insistiu que os “27” estão determinados no apoio à Ucrânia, e revelou aos jornalistas um pedido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para que a UE convença os EUA a desbloquearem o necessário apoio financeiro.

“Estamos extremamente determinados a apoiar a Ucrânia e não subestimamos os desafios no terreno. Gostaria também de insistir que Volodymyr Zelensky nos pediu para fazermos o nosso melhor para tentar convencer os Estados Unidos a fornecer mais apoio, incluindo o apoio financeiro que os ucranianos estão à espera.”

Já quanto às ameaças de uma interferência russa nas eleições europeias de junho, Charles Michel assegura que a vigilância vai ser intensificada e que a União Europeia não é ingénua, e tentará ser mais eficaz nesta matéria.

“Gostaríamos de reforçar a monitorização, precisamos de ser muito mais vigilantes e cooperar muito mais. Penso que precisamos de reunir as ferramentas que temos, nas instituições europeias, por um lado, mas também das autoridades nacionais. E isto é um sinal claro de que não somos ingénuos. Queremos ser lúcidos e vamos tentar ser muito mais eficazes nesse campo.”

Sublinhados de Charles Michel, na síntese do primeiro dia de Conselho Europeu. Esta quinta-feira os “27” vão concentrar-se na competitividade da União.