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Estudo

Covid-19. Pico deverá ser atingido perto de dia 21

13 jan, 2021 - 10:49 • Marta Grosso , Ana Rodrigues

Projeção é da NOVA Information Management School, cujos especialistas preveem que o número de infetados comece a diminuir na próxima semana. Contudo, os internamentos e o número de mortes deverá continuar a aumentar até ao final do mês.

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O pico de novos casos de Covid-19 “deverá acontecer em torno de 21 de janeiro, com valores abaixo dos 10.000 casos”, preveem os especialistas em ciência de dados da NOVA Information Management School (NOVA IMS).

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, esta faculdade da Universidade Nova de Lisboa (antigo Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação) indica que, após aquela data, a incidência deverá retomar o curso de descida observado antes do Natal.

Em declarações à Renascença, o coordenador da plataforma Covid-19 Insights refere que, “no final do mês, o decréscimo [de novos casos] será significativo” e “a incidência deverá ser inferior a nove mil casos diários”.

Segundo Pedro Simões Coelho, a plataforma é atualizada todos os dias e as projeções agora avançadas têm como base dois fenómenos: “em primeiro lugar, o facto de, desde o início do ano, a população ter retomado e até intensificado um comportamento mais restritivo à mobilidade, como é caso das deslocações não necessárias”.

Em segundo lugar, “é tido em conta o próximo confinamento” esperando-se, “já que a partir de amanhã”, quinta-feira, “medidas mais gravosas, que vão intensificar ainda mais a queda da taxa de contágio”.

“O atual aumento do nível de novos casos deverá retomar o movimento descendente no espaço de 10 dias”, refere ainda o professor catedrático da NOVA IMS e coordenador do modelo COVID-19 Insights, citado no comunicado.

Assim sendo, e de acordo com estas projeções, o número de infetados deverá começar a diminuir já na próxima semana. “Portugal poderá estar a viver um aumento temporário do nível de novos casos de Covid-19”, lê-se no documento.

Mais mortes e internamentos

Apesar de o número de casos começar a diminuir, os internamentos e os óbitos associados à Covid-19 deverão ainda aumentar até ao final do mês.

À Renascença, Pedro Simões Coelho refere que os dados analisados revelam que “os internamentos deverão continuar a subir até ao final de janeiro, esperando-se nessa data um total de 6.400 internados, dos quais 900 em cuidados intensivos”.

Já quanto aos óbitos, as previsões do modelo apontam ainda para a “possibilidade de ocorrência de 2.600 mortes adicionais até ao final do mês, altura em que o número de vitimas mortais, desde o início da pandemia, deverá ultrapassar os 10 mil”.

Menos deslocações favorecem queda

“Desde o início do ano, a população retomou e até intensificou o nível de autorrestrição à mobilidade que se observava antes do Natal”, observa Pedro Simões Coelho.

Na última sexta-feira, dia 8, a deslocação a locais de retalho e diversão era cerca de 10% inferior à verificada a 18 de dezembro. Nos transportes públicos, e comparando as mesmas datas, a utilização desceu cerca de 11%.

Já a presença em zonas residenciais aumentou 3%.

“Apenas a presença em locais de trabalho permanece largamente inalterada desde o início de outubro, mostrando que não existe crescimento significativo do teletrabalho”, indica o comunicado.

Na opinião dos especialistas da NOVA IMS, “trata-se de um movimento voluntário, que leva à retração da mobilidade dos portugueses, antecipando as restrições que serão brevemente impostas pelas autoridades” – o novo confinamento que será anunciado nesta quarta-feira.

A mesma tendência foi observada em outubro/novembro, “quando uma autorrestrição aos comportamentos de mobilidade antecipou em larga medida o estado de emergência decretado em finais de novembro”.

O dashboard COVID-19 Insights é uma plataforma que disponibiliza e analisa informação referente à pandemia e aos seus impactos, com recurso a métodos analíticos avançados e que resulta da parceria entre a COTEC Portugal e a NOVA IMS.

Pedro Simões Coelho diz ainda à Renascença que a plataforma “está disponível de forma gratuita para qualquer pessoa e dá conta de uma situação em termos pandémicos mais otimista do que outras que têm sido apresentadas”.

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