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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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Vade retro 2020

31 dez, 2020 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Fechamos hoje um ano que nos deixa recordações pouco agradáveis. No mundo do desporto, ficaram por realizar competições importantes e o futebol perdeu o que lhe dá brilho. Mas há boas razões para termos fé.

Vade retro. É uma expressão velha e relha que tem perfeito cabimento nos tempos que estamos a atravessar. Neste caso, o seu significado assenta na circunstância de estarmos hoje a fechar um ano do qual apenas temos recordações pouco agradáveis.

A pandemia com que nos defrontamos desde fevereiro tem servido de mote aos grandes debates e às mais variadas iniciativas para a debelar. Mas não tem sido tarefa fácil.

Pelo caminho ficaram já milhões de vidas, apanhadas desprevenidas por um vírus traiçoeiro, e por todo o mundo continuam muitas outras em suspenso, sem saber o que o futuro lhes reserva.

No plano desportivo, que aqui tratamos com assiduidade, os estragos também foram de monta. Ficaram por realizar competições importantes em todo o mundo, com especial relevo para os Jogos Olímpicos do Japão e para o Campeonato da Europa de Futebol.

É verdade que outras seguiram o seu caminho, e todas elas em condições que lhe retiraram o brilho com que normalmente se nos apresentam.

As competições europeias de futebol chegaram ao fim, os campeonatos nacionais também, mas todas sem aquele elemento que as torna no espetáculo mais lindo do mundo. Referimo-nos ao público, ao qual o Covid-19 roubou a possibilidade de, dia após dia, vibrar intensamente com os feitos dos seus ídolos.

Por tudo isto, são relativos os destaques do ano, entre nós.

No futebol, no galarim fica o Futebol Clube do Porto por ter conseguido o triplete: ganhou o Campeonato, a Taça de Portugal e a Supertaça, o que equivale por dizer que a nenhum outro clube foi permitido, pelos dragões, meter a mão no pote.

Nas modalidades, também elas carcomidas pelo vírus repelente, há apenas uma figura emergente, Paulo Oliveira, o almadense que nos trouxe as emoções mais fortes do ano.

O motociclismo internacional passou assim a ter mais um nome sonante, que nos deixou a quase certeza de que vamos continuar a festejar as suas vitórias no ano que agora se inicia.

Sem guardarmos outras grandes recordações dos 365 dias que ficam para trás, há, no entanto, boas razões para termos Fé no futuro e em melhores dias para todos nós e nossas famílias.

É esse voto que aqui deixamos, agora e logo à noite, quando ouvirmos as últimas badaladas de um tempo que gostaríamos nunca tivesse acontecido.
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