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Alentejo

Herdade dos Grous é primeiro produtor de vinho com certificação de produção sustentável

22 dez, 2020 - 13:40 • Rosário Silva Lusa

O selo, certificação inédita no sector em Portugal, foi lançado em agosto e está inserido no Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo.

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A Herdade dos Grous, a 17 quilómetros de Beja, no Alentejo, é o primeiro produtor de vinho, em Portugal, a receber o selo de produção sustentável atribuído pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA).

“É uma nova era no setor vitivinícola nacional”, refere João Barroso, coordenador do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), para quem, a atribuição desta certificação inédita “é passo histórico para o Alentejo e para o país”, uma vez que é “um contributo para o reconhecimento de que é possível ser sustentável como um todo”, e “projeta a imagem dos nossos vinhos nos mercados internacionais estratégicos que valorizam as boas práticas de sustentabilidade”.

Refira-se que a certificação de produção sustentável é atribuída por quatro organismos certificadores (Bureau Veritas, Certis, Kiwa Sativa e SGS) que trabalham em parceria com a CVRA, dando direito à atribuição de um selo, único no setor vitivinícola português, tendo sido lançada em agosto passado.

Entre os aspetos elementares para a atribuição deste selo de certificação sustentável à Herdade dos Grous, contam-se, entre outros, a “escolha de castas mais resilientes, a implementação de práticas agrícolas que potenciam a proteção dos solos e a promoção da biodiversidade, o uso eficiente de energia e de água, o recurso a energias renováveis, assim como as iniciativas de responsabilidade social”, refere uma nota da CVRA enviada à Renascença.

João Barroso, sublinha a importância de “encontrar este selo numa garrafa de Vinhos do Alentejo”, como “garantia absoluta de produção sustentável.”

Com cerca de 1000 hectares, a Herdade dos Grous assume-se como “um espaço calmo para relaxar e saborear a natureza”, numa propriedade “de exploração vinícola e agroturística, com características únicas no coração do Alentejo”.

Para Luís Duarte, gerente e enólogo da herdade, esta certificação é recebida “com grande alegria”, uma vez que reflete “toda a dedicação e cuidado na produção sustentável”, levada a cabo, nos últimos anos, por toda a equipa.

“A Herdade dos Grous tem como missão produzir de modo sustentável, protegendo o ambiente, promovendo o bem-estar dos seus colaboradores e beneficiando a comunidade local na qual está inserida”, acrescenta o enólogo.

Recorde-se que a certificação incorpora o PSVA, uma iniciativa pioneira no setor em Portugal, contando com 426 membros associados, “que representam mais de 40% da área de vinha do Alentejo”, e que “consideram que as políticas ambientais são favoráveis, também do ponto de vista económico”, permitindo “uma redução de cerca de 20% e de 30% nos consumos” de água e luz, “com as devidas poupanças associadas”, adianta, a CVRA.

O seu presidente, Francisco Mateus, não esconde “o orgulho para o Alentejo, mas também para Portugal”, o início desta certificação de produção sustentável, que atesta a implementação de boas práticas nas vertentes ambiental, económica e social.

“A Herdade dos Grous mostrou, desde o início da implementação do PSVA, uma dedicação e empenho, que acompanhámos ano após ano, e agora culminou na certificação, sendo um exemplo do melhor que se pode fazer para transformar o sector do vinho e posicionar o Alentejo como região de produção sustentável”, menciona.

O presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana diz, ainda, acreditar “que outras regiões irão juntar-se a nós e podem contar com o nosso apoio e experiência, na medida em que sejam mantidos os níveis de exigência e rigor que o Alentejo pratica e que já foram reconhecidos a nível internacional.”

“Estamos no caminho certo”, assegura, para “continuar a produzir vinhos de excelente qualidade, respeitando o ambiente e as pessoas, com impacto económico positivo”.

Para além da Herdade dos Grous, na região de Beja, outros produtores estão já a trabalhar no sentido de serem reconhecidos com a certificação de produção sustentável, o que deverá acontecer já em 2021.

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