17 nov, 2020 - 11:10 • Olímpia Mairos , Beatriz Lopes
O presidente cessante da Cáritas Portuguesa defende que são necessários esforços do Estado para identificar ao certo quantas pessoas passam dificuldades no país.
Eugénio Fonseca reagiu na Renascença à auditoria do Tribunal de Contas que concluiu que o programa do Estado, que todos os meses distribui alimentos pelas famílias mais carenciadas, está a chegar a poucas pessoas.
De acordo com o relatório, em 2019, o programa teve uma taxa de execução de apenas 32%.
Pobreza
Uma análise ao Programa Operacional de Apoio às Pe(...)
Ouvido pela Renascença, Eugénio Fonseca pede ao Governo que faça um levantamento dos mais pobres. Algo que é possível através da Segurança Social, das Paróquias ou até mesmo das câmaras municipais. Só falta, segundo diz, vontade política.
“É só uma questão de vontade metodológica por parte do Governo, garantindo a confidencialidade dos dados. Quer dizer, não é preciso saber quem é, mas era importante saber quantos são e quais as causas predominantes que levam, no nosso país, a cair em situação de pobreza”, defende Eugénio da Fonseca.
O presidente cessante da Cáritas considera que assim “teríamos melhores condições para que as políticas públicas e as ações que as instituições organizam para combater a pobreza fossem mais realistas”.
Aplaude a sugestão do Tribunal de Contas para que o Governo promova um sistema de vales ou cartões eletrónicos em vez de distribuir cabazes alimentares pelas famílias carenciadas.
A Renascença já pediu esclarecimentos ao Ministério do Trabalho sobre a auditoria que aponta falhas ao Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas.
Uma análise ao Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas conclui que, no final do ano passado, a taxa de execução era de apenas 32%, muito aquém do compromisso estabelecido de 92%.