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Faltam professores nas escolas do Alentejo e Algarve

06 nov, 2020 - 16:08 • Rosário Silva

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Cinco semanas depois do inicio do ano letivo, o Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS) denuncia a falta de professores nas escolas abrangidas pela sua área sindical.

“Há necessidade de, pelo menos, 235 docentes”, declara o SPZS, numa nota enviada à Renascença.

A estrutura sindical produziu um questionário junto dos agrupamentos de escolas do Alentejo e Algarve, sobre os horários em falta, constatando que, “há 41 docentes em falta no distrito de Portalegre, 27 no distrito de Évora, 48 no distrito de Beja e 119 no distrito de Faro.”

Apesar de, até agora, nem todos os agrupamentos de escolas terem respondido ao inquérito, o sindicato sublinha que “os dados obtidos são bastante preocupantes” e que “a falta de professores é pior do que se imagina.”

Segundo o SPZS, a falta de professores cruza todos os ciclos de ensino, sendo mais significativo no 3º Ciclo e Secundário, onde haverá necessidade “de 169 professores, principalmente nas disciplinas de Português, Inglês, Espanhol, História, Geografia, Matemática, Física e Química, Informática e Artes Visuais.”

No 1º Ciclo, “faltam 28 professores, incluindo na disciplina de Inglês” e no 2º Ciclo regista-se a “falta de 37 professores”, com relevância para “as disciplinas de Português, Inglês, Educação Musical e Educação Moral e Religiosa Católica.”

No que diz respeito à Educação Especial, o SPZS fala “em muitos alunos com necessidades educativas especiais que não estão a receber o devido apoio por parte do nosso sistema de ensino.”

Os dados disponíveis revelam também que “a maior parte dos horários são temporários e/ou incompletos”, sendo que muitos deles decorrem “de baixas médicas dos docentes com idade mais avançada.”

No comunicado, a estrutura sindical que abrange o Alentejo e Algarve, sublinha que “a falta de docentes não é uma mentira, nem um embuste, como o Ministério da Educação tenta iludir os portugueses”, mas sim, “um grave problema que o país está a atravessar desde há muitos anos.”

O reforço de docentes nos quadros das escolas / agrupamentos de escolas, a eliminação “do abuso” do recurso à contratação a termo ou o reforço do cariz nacional dos concursos e da graduação profissional como critério de ordenação dos candidatos, são apenas algumas das medidas defendidas há muito e que o SPZS agora reafirma.

“A falta de docentes é um problema grave para a escola pública que defendemos e requer soluções sérias”, salienta o Sindicato dos Professores da Zona Sul, membro da FENPROF, a Federação Nacional dos Professores.

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