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Investigação

Covid-19. Inalação de proteína inibe sintomas graves, sugere estudo de Oxford

13 nov, 2020 - 01:09 • Lusa

Artigo publicado esta quinta-feira pela revista científica "The Lancet Respiratory Medicine" sugere a utilização de uma proteína de Interferão em doentes hospitalizados com a Covid-19.

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Um relatório publicado esta quinta-feira na revista “The Lancet Respiratory Medicine” revela que a inalação da proteína Beta-1a de Interferão pode duplicar as probabilidades de recuperação de pacientes hospitalizados por causa da Covid-19 e reduzir o desenvolvimento de sintomas graves.

O ensaio clínico, desenvolvido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com outras instituições, contou com a participação de 101 pacientes infetados com o novo coronavírus em nove hospitais britânicos e constatou que os que inalaram Beta-1a uma vez por dia, durante duas semanas, estavam menos propensas ao desenvolvimento de sintomatologia grave, em comparação com os pacientes que receberam o placebo, de acordo com os resultados explanados no relatório.

Entre 11 e 50 pacientes aos quais foi administrado o placebo (cerca de 22% dos participantes deste ensaio clínico) desenvolveram complicações graves associadas ao novo coronavírus e precisaram de ventiladores para auxiliar a respiração ou morreram entre 15 e 16 dias depois de receberem a primeira dose.

Contudo, entre as pessoas hospitalizadas que inalaram o Interferão Beta-1a – um método que consiste, essencialmente, na administração direta nas vias respiratórias -, apenas seis dos 48 pacientes desenvolveram complicações graves (13%).

“Os nossos resultados confirmam a nossa crença de que o Interferão Beta-1ª, um fármaco amplamente conhecido e aprovado para utilização injetável […], pode ter o potencial de restaurar a resposta imunitária nos pulmões” se for inalado, disse o principal autor deste estudo, Tom Wilkinson, em comunicado.

Esta proteína, quando inalada, “fornece concentrações altas e localizadas”, que aumentam “as defesas nos pulmões” e poderão “representar benefícios adicionais no tratamento” de um doente infetado com o SARS-CoV-2, que “atua em conjunto com outro vírus respiratório”, completou o investigador.

Os pacientes que inalaram a Beta-1a foram monitorizados 28 dias.

Contudo, a equipa que desenvolveu o relatório advertiu que não é possível extrapolar os resultados por causa da pequena amostra utilizada.

O próximo passo vai ser testar este método em doentes pré-hospitalares.

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