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Pandemia

Covid-19. Europa avança com “exército da saúde” para os cuidados intensivos

13 nov, 2020 - 08:10 • Vasco Gandra, correspondente em Bruxelas

É uma iniciativa da Sociedade Europeia de Cuidados Intensivos numa altura em que a pandemia pressiona os cuidados de saúde. A formação "relâmpago" será dada a uma equipa multidisciplinar de profissionais, “para apoiar e assistir as unidades de cuidados intensivos”.

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A Sociedade Europeia de Cuidados Intensivos (ESICM, na sigla em inglês) lançou um programa de formação para profissionais de saúde que não costumam trabalhar nos cuidados intensivos, com vista a reforçar este setor.

O objetivo é criar um "exército da saúde" para ajudar as unidades de cuidados intensivos a lidar com novos surtos de Covid-19 nos 27 Estados-membros da União Europeia e no Reino Unido.

Com a Europa mergulhada na segunda vaga da pandemia e as unidades de cuidados intensivos sob enorme pressão, o programa visa dar formação a médicos, enfermeiros, auxiliares de saúde e outros trabalhadores do setor que normalmente não intervêm nos cuidados intensivos, mas que pretendem adquirir conhecimentos para ajudar nessa área.

Em muitos Estados-membros, a situação é crítica, com os hospitais a desenvolverem enormes esforços para responder ao aumento de pacientes. Para cuidar de tantos doentes, há hospitais a recrutar profissionais de saúde de outras atividades clínicas para as unidades de cuidados intensivos. Esta formação pretende reforçar as equipas dessas unidades.

"Com este programa pretendemos criar o conceito de ‘exército da saúde’ na Europa para lutar contra a Covid-19, dando uma formação "relâmpago" a uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde para apoiar e assistir as unidades de cuidados intensivos", diz o presidente da ESICM, Jozef Kesecioglu, numa mensagem vídeo no site da instituição.

O programa “C19_SPACE” é apoiado financeiramente pela Comissão Europeia e implementado em articulação com as Sociedades de Cuidados Intensivos dos Estados-membros. Pretende facultar um conjunto de conhecimentos básicos, desde a introdução ao funcionamento das unidades de cuidados intensivos, regras de segurança, trabalho em equipa, entre outros.

Formação para 10 mil profissionais

O programa contribuirá para fornecer ferramentas e regras a que estes profissionais de saúde podem recorrer no caso de terem que reforçar as equipas de cuidados intensivos.

A ESICM calcula que a formação possa chegar a 10 mil profissionais do setor em toda a Europa, em cerca de mil hospitais, até ao final do ano.

Segundo explica a ESICM, a formação consiste numa combinação de sessões online, utilizando ferramentas como webcasts e podcasts, e presenciais, mais a ajuda de um kit de ferramentas educacionais na língua de cada Estado-membro. Recomenda-se igualmente um dia de acompanhamento numa unidade de cuidados intensivos num hospital, após o evento presencial.

Segundo a ESICM, no final da formação os participantes recebem um certificado – “um passaporte UCI” – e estarão melhor capacitados para apoiar os colegas das unidades de cuidados intensivos, criando uma linha suplementar de defesa naquela que é habitualmente designada como a frente do combate à pandemia.

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