08 nov, 2020 • José Bastos
Na volta do semiconfinamento e do estado de emergência – com medidas mais restritivas de combate à pandemia - a taxa de desemprego subiu para 7,8% no terceiro trimestre, com a população sem trabalho a aumentar 45,1% em relação aos três meses anteriores, no maior aumento da série do INE que se inicia em 2011.
Assim a recuperação económica está mais distante do que era antecipado no verão e os indicadores económicos vão sugerindo que o quadro pode piorar antes ainda de melhorar.
Já esta semana o Eurogrupo alertava para o risco de se ampliar a contração do crescimento na zona euro com a necessidade sanitária de voltar a desacelerar a atividade económica. As novas medidas “aumentam a incerteza e deverão pesar na recuperação”.
Em Portugal, as autoridades modularam a mensagem, em março a economia podia ser sacrificada pelas medidas sanitárias, mas agora já não aguentaria um confinamento prolongado. “Temos de combater pandemia, mas salvar a economia”, sublinhava, esta semana, o líder da CIP.
O verão permitiu a recuperação ligeira da atividade económica – face à hibernação Março-Maio – mas agora aumenta o risco de arrefecimento profundo com os números da pandemia em máximos preocupantes. Sem o Natal 'tradicional' no comércio a quebra no consumo privado pode deixar marcas.
A análise a novo momento de escolhas difíceis é de D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa, Nuno Botelho, presidente da ACP – Câmara de Comércio e Indústria do Porto, e Rosário Gamboa, professora do ensino superior, a olharem também para as presidenciais nos Estados Unidos e para a encíclica Fratelli Tutti como um poderoso estímulo indutor de pontes em tempos de intolerância social.