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Alterações climáticas

EUA saem formalmente do Acordo de Paris

04 nov, 2020 - 19:47 • Fábio Monteiro com Lusa

Quase 190 países continuam investidos no acordo de Paris de 2015, que visa manter o aumento das temperaturas médias mundiais "bem abaixo" dos 2 ºC, idealmente menos de 1,5 ºC em comparação com os níveis pré-industriais. Outros seis países assinaram, mas não ratificaram o pacto.

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Os Estados Unidos deixaram esta quarta-feira formalmente o acordo de Paris, um pacto global firmado há cinco anos com o objetivo de travar a ameaça de uma mudança climática catastrófica. A medida, há muito anunciada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, e desencadeada pela sua Administração há um ano, isola ainda mais Washington do mundo, mas não tem impacto imediato nos esforços internacionais para conter o aquecimento global.

A intenção de deixar o Acordo de Paris foi revelada pela primeira vez em junho de 2017, mas só agora toma efeito. Por imposição dos regulamentos das Nações Unidas, a decisão só pode ser efetivada esta quarta-feira, o dia seguinte às eleições presidenciais.

A saída dos EUA pode, em todo o caso, ser apenas momentânea. Caso Joe Biden ganhe as eleições, cuja contagem de votos ainda está a decorrer, pode pedir para voltar a integrar o Acordo de Paris. Não há nenhum mecanismo ou entrave legal que o impeça.

De 2015 até hoje

Existem 189 países que permanecem comprometidos com o acordo de Paris de 2015, que visa manter o aumento das temperaturas médias mundiais "bem abaixo" dos 2 ºC, idealmente menos de 1,5 ºC em comparação com os níveis pré-industriais. Outros seis países assinaram, mas não ratificaram o pacto.

Os cientistas dizem que qualquer aumento acima de 2 ºC pode ter um impacto devastador em grandes partes do mundo, elevando o nível do mar, provocando tempestades tropicais e agravando secas e inundações.

O acordo de Paris exige que os países definam as próprias metas voluntárias para reduzir os gases com efeito estufa, como o dióxido de carbono. O único requisito obrigatório é que as nações relatem com precisão os seus esforços.

Os EUA são o segundo maior emissor do mundo, depois da China, de gases que retêm calor, como o dióxido de carbono, e a sua contribuição para a redução de emissões é considerada importante.

Nas últimas semanas, China, Japão e Coreia do Sul juntaram-se à União Europeia (UE) e vários outros países no estabelecimento de prazos nacionais para parar de lançar mais gases de efeito estufa na atmosfera.

O candidato democrata às presidenciais nos Estados Unidos, Joe Biden, disse que é a favor de assinar o acordo de Paris.

O governo alemão disse que é "lamentável" que os EUA tenham abandonado o pacto.

"É ainda mais importante que a Europa, União Europeia e Alemanha deem o exemplo", afirmou o porta-voz do governo, Steffen Seibert, citando o objetivo da UE de se tornar no primeiro continente com impacto neutro para o clima até 2050.

Comentários
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  • J M
    05 nov, 2020 Seixal 17:25
    É por esta e por outras, que estás quase a ser corrido.

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