01 nov, 2020 • José Bastos
O regresso a casa é “o dever cívico” para 7,1 milhões de portugueses a viver nos 121 concelhos mais afetados pela pandemia de Covid-19 e com total incidência nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
As medidas de restrição nos casos mais graves implicam a obrigação de recolhimento em casa, o teletrabalho, quando possível, e o encerramento de lojas mais cedo que o habitual.
O critério é o da existência de 240 casos de infeção por 100 mil habitantes, padrão definido pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças.
O conjunto de medidas visa poupar o mais possível o Natal, em todos os sentidos, sendo que - havendo feriados e pontes nas primeiras duas semanas de Dezembro - é decisivo dissuadir os portugueses de grandes deslocações ou ajuntamentos.
As ponderações dos próximos tempos devem ser determinadas pelos mapas de risco tendo em conta não só a incidência de novos casos por 100 mil habitantes a sete e 14 dias, mas também o tipo de transmissão em cada local: se surtos contidos, comunitários ou cadeias de transmissão sem Rt identificável.
Apesar da recomendação do gabinete de crise da Ordem dos Médicos, o Governo não tem facultado mapas de risco para o país. Os dados por concelho divulgados pela DGS à segunda-feira projetam apenas uma imagem parcial como foi indicado por autarcas do Norte, exemplificando com Paços de Ferreira.
Estão as medidas políticas de combate à pandemia suportadas em evidências produzidas pela investigação científica e sustentadas em dados ou escasseiam a previsão e planeamento? Qual é o grau de eficácia das medidas agora decididas?
A análise a esta e outras questões é de Nuno Garoupa, professor da GMU Scalia Law , Universidade de Arlington, Virginia, Nuno Botelho, jurista e presidente da ACP- Câmara de Comércio e Indústria do Porto e José Pedro Teixeira Fernandes, professor do ensino superior e especialista em geopolítica a olharem também para as eleições presidenciais nos Estados Unidos e para os atentados em França.