30 out, 2020
O PS não ganhou as eleições de 2015, mas António Costa tornou-se primeiro-ministro de um governo apoiado pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda, governo que completou o seu mandato (algo que na altura me parecia impossível). O problema da habilidade de A. Costa foi o PS não ter obtido a maioria absoluta nas eleições de 2019.
O PCP perdeu votos com o seu apoio ao executivo de A. Costa. O BE receia perdê-los se apoiar um próximo governo socialista, numa altura em que a pandemia irá agravar a crise económica e social no país, exigindo medidas pouco simpáticas. A “geringonça” não irá regressar.
O governo de um PS sem a maioria dos deputados terá enormes dificuldades não só na aprovação dos orçamentos do Estado mas em fazer aprovar no parlamento as medidas que deveria tomar. É uma condenação à navegação à vista, travando reformas de fundo de que a modernização da economia portuguesa necessita.
A aliança pontual de um partido democrático e europeísta com forças políticas que não apreciam a democracia representativa nem a UE, embora tendo aguentado quatro anos, sempre me pareceu “contranatura”. A sociedade e o regime político que o PS defende pouco têm a ver com o que desejam aqueles partidos de extrema-esquerda.
O PCP está agarrado ainda ao comunismo soviético; o BE parece mais aberto em matéria de liberdades, mas é estatizante a um grau incompatível com uma democracia representativa. Por isso PCP e BE são essencialmente partidos de protesto, não de Governo.
Por sua vez, a direita política portuguesa atravessa uma profunda crise, o que dificulta a alternância no poder. Mas também a direita democrática precisa de interiorizar que os seus valores são muito diferentes dos ideais dos partidos da direita dita radical, autoritários e que não respeitam as liberdades.
Em Espanha o líder do Partido Popular, da direita democrática, Pablo Casado, demarcou-se do partido Vox, de extrema-direita, votando contra a sua moção de censura ao governo socialista e sobretudo criticando violentamente as posições não democráticas desse partido. Uma atitude clara e exemplar, que ainda não se viu por cá.
A diferença entre esquerda e direita não se tornou obsoleta; mas mais importante é a diferença entre partidos que defendem a democracia liberal e aqueles que a rejeitam – à esquerda e à direita.
O PS não ganhou as eleições de 2015, mas António Costa tornou-se primeiro-ministro de um governo apoiado pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda, governo que completou o seu mandato (algo que na altura me parecia impossível). O problema da habilidade de A. Costa foi o PS não ter obtido a maioria absoluta nas eleições de 2019.
O PCP perdeu votos com o seu apoio ao executivo de A. Costa. O BE receia perdê-los se apoiar um próximo governo socialista, numa altura em que a pandemia irá agravar a crise económica e social no país, exigindo medidas pouco simpáticas. A “geringonça” não irá regressar.
O governo de um PS sem a maioria dos deputados terá enormes dificuldades não só na aprovação dos orçamentos do Estado mas em fazer aprovar no parlamento as medidas que deveria tomar. É uma condenação à navegação à vista, travando reformas de fundo de que a modernização da economia portuguesa necessita.
A aliança pontual de um partido democrático e europeísta com forças políticas que não apreciam a democracia representativa nem a UE, embora tendo aguentado quatro anos, sempre me pareceu “contranatura”. A sociedade e o regime político que o PS defende pouco têm a ver com o que desejam aqueles partidos de extrema-esquerda.
O PCP está agarrado ainda ao comunismo soviético; o BE parece mais aberto em matéria de liberdades, mas é estatizante a um grau incompatível com uma democracia representativa. Por isso PCP e BE são essencialmente partidos de protesto, não de Governo.
Por sua vez, a direita política portuguesa atravessa uma profunda crise, o que dificulta a alternância no poder. Mas também a direita democrática precisa de interiorizar que os seus valores são muito diferentes dos ideais dos partidos da direita dita radical, autoritários e que não respeitam as liberdades.
Em Espanha o líder do Partido Popular, da direita democrática, Pablo Casado, demarcou-se do partido Vox, de extrema-direita, votando contra a sua moção de censura ao governo socialista e sobretudo criticando violentamente as posições não democráticas desse partido. Uma atitude clara e exemplar, que ainda não se viu por cá.
A diferença entre esquerda e direita não se tornou obsoleta; mas mais importante é a diferença entre partidos que defendem a democracia liberal e aqueles que a rejeitam – à esquerda e à direita.