23 out, 2020 - 12:05 • Ana Rodrigues
A partir de agora, e pela primeira vez na história das Forças Armadas Portuguesas, os militares da Força Aérea vão poder usar guarda-chuva quando estiverem fardados.
Segundo uma circular interna a que a Renascença teve acesso, o guarda-chuva com o logótipo da Força Aérea vai custar 12 euros e terá de ser “adquirido pelo militar, sem direito a comparticipação”.
Refere ainda o documento que “este artigo de fardamento só poderá ser utilizado para proteção da chuva aquando do uso do uniforme n.º 1 ou n.º 2, e desde que o militar não esteja enquadrado em cerimónias ou formaturas”.
A circular em causa inclui as características do guarda-chuva: será azul, com abertura e fecho automático, com logótipo FAP de cor branca e fecho de velcro também com o mesmo logótipo da Força Aérea.
A Associação Nacional de Sargentos reagedeste modo à medida anunciada: “Parece ser uma anedota.”
Em declarações à Renascença, Lima Coelho diz que “isto só vem provar o desinteresse da tutela na resolução dos verdadeiros problemas dos militares”.
Segundo este responsável, é “incrível como se gasta dinheiro e tempo a desenhar guarda-chuvas”, quando “ainda falta resolver o problema da assistência na doença, das promoções que deviam ter acontecido em janeiro ou a revisão do estatuto dos militares e do processo de avaliação que tem causado inúmeros transtornos”.
Lima Coelho refere que “esta medida é inédita e que vem deitar por terra o velho ditado popular que a chuva civil não molha militares”.
Contactado pela Renascença, o Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa informa que a adopção do guarda-chuva se insere numa revisão e atualização ao Regulamento de Uniformes que se encontra em vigor.
O novo fardamento é opcional e suportado pelos militares, nas condições já descritas.
[Notícia atualizada às 16h45 com esclarecimentos da Força Aérea à Renascença]