21 out, 2020 - 23:08 • Lusa
Mais de 70 obras de arte de inúmeros museus de Berlim foram vandalizadas ao longo de um único dia, no início do atual mês de outubro, mas para já ainda não é conhecida a motivação dos autores, avançou esta quarta-feira a Polícia Judiciária alemã.
Um dos porta-vozes desta força de segurança disse à agência France-Presse (AFP) que as “depredações de obras de arte e artefactos” na “Ilha dos Museus”, um grupo de cinco instituições com coleções prestigiadas, já estão a ser investigadas.
Os atos de vandalismo ocorreram a 3 de outubro, o dia da Reunificação da Alemanha.
Várias pessoas “derramaram uma substância oleosa [nas obras] em museus durante o horário de funcionamento”, explica a mesma fonte, acrescentando que ainda não é claro o modo “como o fizeram” sem serem detetados, uma vez que os atos de vandalismo ocorreram em várias instituições.
De acordo com uma investigação jornalística divulgada hoje pelo semanária Die Zeit e transmitida pela rádio Deutschlandfunk, cerca de 70 objetos ficaram danificadas, incluindo sarcófagos egípcios, esculturas de pedra e pinturas que datam do século XIX.
A substância derramada deixou marcas visíveis nas obras.
O "Die Zeit" classifica estes atos como “o ataque mais importante a obras de arte desde o final da última Guerra Mundial”.
A “Ilha dos Museus” de Berlim, localizada entre os braços do Spree, o rio no coração da capital alemã, hospeda o lendário busto de Nefertiti e o Grande Altar de Pérgamo, um antigo monumento religioso.
Este local reúne cinco museus que exibem coleções de pinturas e esculturas que datam desde a antiguidade aos primórdios da arte moderna.
O complexo, um dos mais visitados por turistas, foi classificado como património mundial em 1990 pela UNESCO.