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Grécia. Justiça considera partido de extrema-direita Aurora Dourada uma organização criminosa

07 out, 2020 - 11:00 • Redação com agências

Milhares de manifestantes juntaram-se nas imediações do tribunal desde o início da manhã, onde vários altifalantes tocavam músicas de Pavlos Fyssas.

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Uma sentença histórica que finaliza cinco anos de julgamento. O Tribunal de Atenas deliberou que os líderes da Aurora Dourada, o terceiro partido mais popular no parlamento durante a crise financeira, são culpados de liderar uma organização criminosa.

A decisão judicial baseia-se em quatro casos: o assassinato do rapper grego Pavlos Fyssas, vários ataques a migrantes, atentados contra ativistas de esquerda e a determinação do tipo de organização (criminosa ou não) que está na base do partido.

A justiça também considerou culpado Yorgos Roupakias, um dos elementos do Aurora Dourada, pela morte de um cantor anti-fascista em 2013. O ativista de esquerda Pavlos Fyssas foi esfaqueado aos 34 anos, em frente a um café perto de Atenas.

Este militante do Aurora Dourada, que confessou o crime durante o processo que envolve 68 membros do partido neonazi, arrisca prisão perpétua.

Já o fundador e líder Nikos Michaloliakos é considerado culpado de liderar uma organização criminosa.

Milhares de manifestantes foram-se juntando nas imediações do tribunal desde o início da manhã, onde colocaram vários altifalantes para tocar músicas do rapper assassinado, Pavlos Fyssas.

Faixas com mensagens com frases como "Eles não são inocentes", "O fascismo não é uma opinião, é um crime", "Pavlos está vivo! Condenem os nazis!" ou "O medo não vai vencer" acumulam-se na avenida Alexandras.

Uma grande área do centro da cidade foi fechada ao tráfego como medida preventiva até que os protestos se dissipem e cerca de 2.000 polícias estão presentes na rua para evitar confrontos entre manifestantes antifascistas e possíveis grupos de apoio do Aurora Dourada.

O partido surgiu nos anos 80, mas ganhou relevância em 2012, quando nas eleições de maio conseguiu 7% dos votos e entrou no Parlamento com 21 deputados, em plena crise económica.

Após o assassinato de Fyssas, o partido neonazi continuou com bons resultados, mas em 2019, já com o processo a decorrer, deixou de ter representação parlamentar.

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