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“Não tenham medo do futuro”. Marçal Grilo sobre a incerteza dos tempos

30 set, 2020 - 09:28 • Marta Grosso , Miguel Coelho (entrevista)

Antigo ministro da Educação esteve nas Três da Manhã para falar sobre o novo livro. O respeito pelos outros e a formação como um todo são alguns dos pilares que destaca. Sobre o novo ano letivo, acredita que “vai ser dos mais difíceis de gerir”.

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Baseado nas palavras do Papa João Paulo II, também repetidas pelo atual Papa Francisco, Eduardo Marçal Grilo lança agora o livro “Não tenham medo do futuro”.

A obra começou a ser escrita em 2019, antes de o novo coronavírus chegar ao nosso país. A pandemia veio reforçar “a complexidade e imprevisibilidade que havia antes”.

“A pandemia veio tornar o futuro ainda mais incerto e imprevisível”, afirma na Renascença.

Neste livro, o antigo ministro da Educação reflete sobre a fase que se vive em todo o mundo e, em no que toca a Portugal, pretende combater a ideia de que o futuro não reserva nada de bom.

Para tal, foca-se no papel da formação das novas gerações. “Procuro traçar um quadro do que me parecem ser as dificuldades que todos vamos atravessar e tentar ajudar aqueles que estão em formação dizendo-lhes para não terem medo, mas que têm de trabalhar; têm de estudar, têm de se formar e ter uma grande formação de base”.

A mensagem é dirigida, não só aos jovens, mas “também os pais, as pessoas que olham para o futuro e veem o futuro para os seus filhos e netos”.

“Ninguém consegue nada sozinho, todos nos ajudamos uns aos outros”, sublinha nesta conversa durante o programa As Três da Manhã.

Marçal Grilo faz depois questão de salientar que, “quando fala numa formação de base, falo numa formação inteira” – daí, o livro ter um capítulo dedicado à importância da educação.

Dessa formação fazem parte valores e atitudes “essenciais”, como “o sentido da ética, a solidariedade e o respeito pelos outros; o respeito pela cor, pela religião, pela cultura, pela língua. O respeito que devemos uns aos outros”.

Um ano difícil de gerir

Sobre o ano letivo que ainda agora começou, o antigo ministro da Educação diz ver grandes desafios.

“Este é talvez o ano letivo mais difícil de lançar e que vai ser dos mais difíceis de gerir, porque tem um grau de imprevisibilidade muito grande”, afirma.

“A pandemia está aí, não está controlada; cada escola é uma escola, tem os seus problemas específicos, porque as comunidades que servem são diferentes e, portanto, há que haver da parte das escolas, em primeiro lugar, um grande contacto com os pais”, defende, adiantando que a escola tem de transmitir segurança para ter a confiança dos pais.

Marçal Grilo acredita, contudo, que “as escolas se prepararam para esta emergência”.

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