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Vila do Conde. Falência de têxtil deixa 150 pessoas no desemprego

20 ago, 2020 - 14:25 • Lusa

Maioria dos trabalhadores da empresa Azincon eram mulheres e já tinham passado por uma situação de ‘lay-off’ simplificado, entre março e abril, devido à covid-19.

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A Comissão Concelhia do PCP de Vila do Conde, distrito do Porto, denunciou esta quinta-feira que cerca de 150 trabalhadores da têxtil Azincon ficaram no desemprego, depois de empresa ter apresentado um pedido de insolvência.

Segundo o partido, a maioria dos trabalhadores da empresa Azincon eram mulheres e já tinham passado por uma situação de ‘lay-off’ simplificado, entre março e abril, devido às contingências da pandemia de covid-19.

"Depois de terem sido forçadas a férias até 17 de agosto, os trabalhadores começaram a receber cartas de despedimento, na semana passada, tendo assim conhecimento que a insolvência teria sido declarada", refere o PCP, em comunicado.

Segundo os comunistas de Vila do Conde, “ficaram por liquidar os salários de julho e agosto e as respetivas indemnizações, e não foram, até à data, entregues aos trabalhadores os documentos para acesso ao subsídio de desemprego".

O PCP de Vila do Conde apontou, ainda, que a empresa local "procurou livrar-se de material e máquinas nos meses anteriores a este encerramento".

"Enquanto as trabalhadoras gozavam férias, foram vistos camiões junto da empresa. Fica a dúvida se estariam a retirar máquinas, matérias primas e mercadorias, transferindo para outros locais e lesando assim a empresa no seu património, bem como aos trabalhadores", denunciaram os comunistas, no mesmo comunicado.

O PCP considerou "inaceitável que uma empresa com enorme potencial de produção, viável e com 150 trabalhadores tenha o descaramento de encerrar", garantindo que irá questionará o Governo sobre esta situação através das deputadas do partido eleitas pelo círculo do Porto.

"Lamenta o PCP que a Azincon procure afastar-se de culpas, tendo recorrido ao ‘lay-off’ e recebido apoios para depois encerrar, desculpando-se ainda que não tinha como fazer turnos desfasados que permitissem o afastamento físico. Procurou ainda responsabilizar as trabalhadoras pela situação, nomeadamente aquelas que gozaram do direito legal à assistência a filho menor de 12 anos", pode ler-se no mesmo texto enviado pelo partido.

A agência Lusa tentou, sem sucesso, obter uma reação da empresa.

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  • Simont Falkgonç
    27 ago, 2020 16:59
    Claro que o andré ventura vai aproveitar, como diz um comentário, para fazer "campanha" contra o partido socialista. Ou ele não conhecesse bem o apedeutismo, a ignorância, o fanatismo que obnubila, que baralha, a mente desse "populum" , a mente dos seus apoiantes. Sabe que atribuir a culpa desses caso à esquerda faz o delírio da sua populaça. E isso dá-lhe votos. Este "negócio" vergonhoso dos donos dessa fábrica espero que seja severamente punido pela Justiça, embora tenha as minhas dúvidas. Já que ele foi feito com segundas intenções, sendo, portanto a falência preparada, planeada, a empresa do filho devia ser expropriada e vendida para pagar todos os credores, ordenados e direitos dos trabalhadores incluídos, da "Fábrica das Camisas". Penso que só assim se faria verdadeira justiça. De contrário, será será um incentivo da própria "Justiça" para que mais "negociatas" de chico espertismo, como essa, apareçam por todo este país. Infelizmente, desses "incentivos" estamos nós já fartos. País de brandos costumes ... (ou de brandos castigos ... !?!)

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