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Ministro da Defesa diz estar a acompanhar com preocupação situação no Mali

18 ago, 2020 - 23:59 • Lusa

Gabinete de João Gomes Cravinho salienta que "qualquer mudança que venha a ocorrer no Mali não pode ser imposta pela força das armas".

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O ministro da Defesa Nacional disse hoje estar a acompanhar com grande preocupação a crise no Mali, onde estão destacados 63 militares da Força Aérea Portuguesa, na sequência da detenção do Presidente e do primeiro-ministro do país.

"O ministro da Defesa Nacional está a acompanhar a situação no Mali com grande preocupação, mais ainda numa altura em que Portugal tem no território uma Força Nacional Destacada de 63 militares e um avião de transporte C-295", segundo informação prestada pelo gabinete de João Gomes Cravinho.

O ministro acentua "a ilegitimidade da imposição" da força para resolver o conflito e “considera fundamental respeitar a ordem constitucional do país”, adianta a mesma informação.

“Qualquer mudança que venha a ocorrer no Mali não pode ser imposta pela força das armas", salienta a fonte do gabinete de João Gomes Cravinho.

Portugal tem desde 1 de julho uma Força Nacional Destacada no Mali, no âmbito da Minusma (Missão Multidimensional Integrada para Estabilização das Nações Unidas do Mali), que inclui 63 militares da Força Aérea Portuguesa e um avião de transporte C-295.

O objetivo do destacamento português é assegurar missões de transporte de passageiros e carga, transporte tático em pistas não preparadas, evacuações médicas, largada de paraquedistas e vigilância aérea, e garantir a segurança do campo norueguês de Bifrost, em Bamako, onde estão alojados os militares portugueses.

O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, e o seu primeiro-ministro, Boubou Cissé, foram detidos por militares hoje ao final da tarde durante uma revolta, afirmou um dos líderes do motim citado pela agência France-Presse.

Os amotinados assumiram o controlo do campo militar e das ruas adjacentes, dirigindo-se então para o centro da capital, segundo um correspondente da AFP.

Em Bamako, foram recebidos com aplausos pelos manifestantes que exigem a demissão de Ibrahim Boubacar Keita (IBK).

Um dos catalisadores da atual crise política no Mali foi a invalidação, no final de abril, de 30 resultados das eleições legislativas pelo Tribunal Constitucional, incluindo cerca de uma dezena em favor da maioria parlamentar.

A decisão, aliada a fatores como o clima de instabilidade e insegurança sentido nos últimos anos no centro e norte do país, a estagnação económica e a prolongada corrupção instigaram várias manifestações contra IBK.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez saber, através do seu porta-voz, que está a acompanhar com "profunda preocupação" a situação no Mali, condenando o motim militar que levou à detenção do presidente, foi hoje anunciado.

Guterres "condena veementemente" estas ações, apelando para a "restauração imediata da ordem constitucional" e do "Estado de direito no Mali".

O secretário-geral da ONU defende também a "libertação imediata" de Ibrahim Boubacar Keita e dos membros do seu Governo.

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