03 ago, 2020 - 16:11 • Redação
Em conferência de imprensa realizada esta segunda-feira, a propósito do acidente entre um comboio Alfa Pendular e uma máquina de trabalho da Refer, na última sexta-feira e do qual resultaram dois mortos e 43 feridos, o presidente da Infraestruturas de Portugal, António Laranjo, garantiu que, apesar de ainda decorrer uma investigação interna ao acidente, a Linha do Norte “está equipada de sistemas tecnologicamente avançados dotados de mecanismos modernos de segurança”, recusando-se a comentar as conclusões, entretanto divulgadas na imprensa, de que o veículo de manutenção da Refer ultrapassou um sinal vermelho.
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António Laranjo garantiu igualmente que é “não é correta a informação” de que a Infraestruturas de Portugal não tenha cumprido as recomendações de segurança emitidas pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF) a propósito do acidente em 2016 na estação Roma-Arieiro.
“A Infraestruturas de Portugal deu cumprimento a todas as recomendações emanadas por aquela entidade, que se mostraram de implementação imediata e tem vindo a promover os procedimentos necessários para a execução das restantes", esclareceu António Laranjo.
comboios
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À Renascença, esta segunda-feira, o presidente do Sindicato Nacional de Maquinistas denunciou que se o sistema de controlo de velocidade (Convel) estivesse instalado nas máquinas de manutenção que circulam nas linhas ferroviárias, poderia ter sido evitado o acidente de sexta-feira.
“É uma falha grave permitir maquinaria daquele tipo circular em redes abertas à exploração sem o [mesmo] tipo de equipamentos [que os comboios]”, afirmou António Domingues. “A segurança não pode estar baseada apenas no elemento humano. As pessoas podem falhar, as máquinas também falham, mas são apenas um elo da cadeia de segurança. Os sistemas de segurança têm que ser redundantes e, quando o elemento humano falha, tem de haver um sistema que colmate essa falha”, sustenta, lembrando que, no acidente em Soure, “isso não aconteceu”.
No entender de Luís Cabral da Silva existem “vária(...)
O sindicalista lamenta ainda que as recomendações que saem dos relatórios sobre acidentes não estejam a ser implementadas. “Temos alertado frequentemente que as recomendações têm de ser cumpridas, senão não faz sentido haver recomendações”, afirmou António Domingues à Renascença.
“Não basta só investigar um determinado acidente e depois colocar o relatório na gaveta. As recomendações têm de ser seguidas e o nosso alerta vai nesse sentido. Sempre que há recomendações, obrigatoriamente têm que ser seguidas”, reforça.
O presidente do Sindicato Nacional de Maquinistas reagia assim à notícia desta segunda-feira do jornal “Público”, segundo a qual a empresa não seguiu as recomendações do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes, que podiam ter evitado o acidente.