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Associação da GNR diz que militares "não podem ser bode expiatório" no caso dos canis

23 jul, 2020 - 17:59 • Lusa

APG/GNR exige “medidas drásticas” por parte do Ministério da Administração Interna e pelo Comando-Geral da Guarda Nacional Republicana em defesa dos militares visados.

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A Associação dos Profissionais da Guarda considera que os militares da GNR “não podem ser o bode expiatório” no caso do incêndio que atingiu dois canis ilegais no concelho de Santo Tirso e exigiu “medidas drásticas”.

“Quem esteve, desde o primeiro momento a garantir a contenção do incêndio e a preservação da vida dos animais foram os profissionais da GNR e os bombeiros, motivo pelo qual é injusto e inadmissível que o prestígio da instituição e a honra e consideração dos que a servem fique refém de expedientes políticos, sem consequências”, refere a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), em comunicado.

A APG exige “medidas drásticas” por parte do Ministério da Administração Interna e pelo Comando-Geral da Guarda Nacional Republicana que “não sejam letra morta” e “sejam de facto dissuasoras deste tipo de crime”.

O comunicado do APG surge após 74 animais terem morrido durante um incêndio florestal que atingiu no sábado dois canis ilegais no concelho de Santa Tirso.

O ministro da Administração Interna determinou na segunda-feira a abertura de um inquérito à atuação da GNR e da Proteção Civil no incêndio.

A Procuradoria-Geral da República anunciou a abertura de um inquérito do Ministério Público ao caso.

Segundo a GNR, a morte dos animais no incêndio não se deveu ao facto de ter impedido o acesso de populares ao local, mas à dimensão do fogo e à quantidade de animais.

A morte de cães e dois gatos carbonizados motivou reações dos partidos políticos, com PAN, BE e PCP a exigirem explicações do Governo.

“Este caso tornou-se de tal forma mediático que se ultrapassou a si próprio. A desinformação e aproveitamento político de certos setores, que fazem opinião com base no número de ‘likes’ de publicações e comentários nas redes sociais é deplorável, sendo que nada justificará os insultos, ameaças e afirmações difamatórias da honra e profissionalismo dos profissionais da GNR que intervieram no local e que circulam amplamente na internet”, sublinha a APG no comunicado.

A associação mais representativa da GNR avança que esta situação “faz lembrar” o incêndio de 2027 em Pedrógão Grande e, “mais uma vez, encontra-se nos profissionais da Guarda o bode expiatório quando algo corre mal”.

Para a APG, os “defensores dos animais têm boa parte da responsabilidade objetiva de situações deste tipo, ao forçarem a aprovação de uma lei que proíbe a eutanásia dos animais, ao mesmo tempo que não garante respostas de acolhimento em número suficiente e condignas ao nível dos municípios, proliferando um sistema de criação de canis geridos por particulares e de difícil fiscalização”.

Esta associação refere também que os militares da GNR que se deslocaram ao local “cumpriram ordens”.

“As forças de segurança são o rosto do Estado junto do cidadão e se estas não são respeitadas e não existe qualquer agilidade no cumprimento da lei que reconhece a gravidade da ofensa a funcionário público por via de uma maior moldura penal, então algo de errado se passa, pois neste caso até fica a caricata ideia de que os animais em causa terão maior salvaguarda da sua dignidade do que os agentes que cumpriram o seu dever no lugar e que têm o direito a ver preservadas a sua dignidade e honra”, sublinha ainda.

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