08 jun, 2020 - 21:35 • Redação com Lusa
O presidente do PSD, Rui Rio, diz que, se dependesse de si, não teria autorizado a manifestação de sábado contra o racismo.
Em entrevista à TVI24, esta terça-feira, Rui Rio reforçou que não estava em causa o motivo da manifestação, mas as dificuldades de distanciamento em alturas de Covid-19.
“Eu ainda entendo na América, onde aquilo aconteceu. Mas em Portugal?”, disse, não considerando que Portugal seja um país racista.
Rio também não concordou com a autorização concedida ao espetáculo de Bruno Nogueira, no Campo Pequeno, e deixou claro que não iria assistir.
“Vi fotografias do Campo Pequeno e da Casa da Música e havia uma grande diferença”, sublinhou o líder social-democrata, estranhando a falta de coerência.
Apesar de alguns erros, Rio continua a fazer uma “análise positiva” à atuação do Governo de António Costa durante a pandemia. “É muito fácil dizer que falharam nisto e naquilo. Falharam em muita coisa. Se fosse outro não tinha falhado?”, questionou.
“Claro que houve erros, se lá estivesse eu também havia erros, não sou um super-homem”, sublinhou.
Sobre o aumento de casos na área metropolitana de Lisboa, Rui Rio disse estar preocupado, mas não espera um cerco sanitário.
Quanto ao Orçamento Suplementar, Rio reiterou que não vai fazer depender o voto do PSD da "aceitação desta ou daquela medida", mas da avaliação se responde às necessidades do país até final do ano face às consequências da pandemia de Covid-19.
"Há linhas vermelhas, se não for um orçamento suplementar e vier com políticas económicas de fundo, com opções de investimento de fundo, já não é suplementar, é um orçamento novo, mas acho que não é isso que vai acontecer", referiu.
"Qual será o critério para o Governo permitir ajun(...)
Já em relação à TAP, Rui Rio não excluiu nenhum cenário para a companhia de aviação de bandeira, até a insolvência, defendendo que tem de ser feito um plano de negócios que avalie a viabilidade da TAP e que esta não vai ser "um buraco" para sorver dinheiro público.
"Aquilo que eu prevejo que vai acontecer dificilmente eu estarei de acordo: o que prevejo é que vai haver um empréstimo de cariz obrigacionista em que, se a TAP não pagar, o empréstimo transforma-se em ações e o Estado fica com 60, 70 ou 80%, aí o Estado só passa a mandar se a empresa estiver tão mal que nem aquilo paga", apontou.
Na opinião do líder do PSD, a solução deveria passar por um "aumento do capital social", em que, se os privados não conseguissem acompanhar o investimento do Estado, este passaria a ser maioritário.
"Se não acompanham a capitalização, então é o Estado que tem, naturalmente, de gerir a TAP", defendeu.
No entanto, Rio recusou que tal se trate de uma nacionalização, já que defende "à primeira oportunidade" o Estado deveria vender toda a sua participação na empresa a privados.
Questionado se exclui um cenário de insolvência na TAP, Rio admitiu essa possibilidade: "Se perante um plano de negócios for evidente que não se consegue salvar a TAP?".
"Só admitia valores dessa natureza [1200 milhões de euros], se o plano de negócios me desse esperança de efetivamente viabilizar a TAP e entrasse na proporção exata de molde a que ficasse com o capital social correspondente", disse.