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​Operação Marquês: Alegações retomadas com defesa do amigo de Sócrates

22 jun, 2020 - 07:39 • Lusa

Defesa de Carlos Santos Silva apresenta argumentos. Fase de instrução foi interrompida a 12 de março, devido à pandemia de Covid-19.

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As alegações da defesa no debate instrutório da Operação Marquês são retomadas esta segunda-feira em tribunal com a apresentação dos argumentos de Carlos Santos Silva, amigo do ex-primeiro-ministro José Sócrates, que é o principal arguido no processo.

Após a interrupção desta fase processual em 12 de março, devido à pandemia de covid-19, o juiz de instrução Ivo Rosa marcou para hoje, quarta-feira e sexta-feira mais três sessões para que os advogados de defesa possam fazer as suas alegações nesta fase.

A sessão desta segunda-feira começa com as alegações da advogada Paula Lourenço, defensora do empresário Carlos Santos Silva, amigo do ex-primeiro-ministro e que o Ministério Público sustenta ter sido “testa-de-ferro” de Sócrates.

Carlos Santos Silva está acusado de corrupção passiva e ativa, branqueamento de capitais, falsificação de documento, fraude fiscal e fraude fiscal qualificada.

A Operação Marquês tem arguidos 19 pessoas e nove empresas e está relacionada com a prática de mais de 170 crimes de natureza económico-financeira.

José Sócrates está acusado de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.

O Ministério Público sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no GES e na PT, bem como para garantir a concessão de financiamento da CGD ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e favorecer negócios do Grupo Lena.

Na Operação Marquês estão ainda acusados, o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca, Armando Vara, antigo ministro e ex-administrador da CGD, Henrique Granadeiro (ex-gestor da PT), tal como Zeinal Bava, e José Paulo Pinto de Sousa (primo de Sócrates), entre outros.

O processo foi investigado durante mais de três anos, culminado com uma acusação com cerca de quatro mil páginas.

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  • João Lopes
    22 jun, 2020 12:15
    Para recordar que a Justiça deve ser sempre objetiva e imparcial, é habitualmente representada de olhos vendados, para não se deixar influenciar pela condição das pessoas, mas apenas ater-se ao delito praticado. Agostinho de Hipona (354-430) escreveu: «Um Estado que não se regesse segundo a justiça, reduzir-se-ia a um bando de ladrões»...

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