22 jun, 2020 - 10:05 • Celso Paiva Sol
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O primeiro grupo de jovens oriundos de campos de refugiados da Grécia aterra na próxima semana a Lisboa. São os primeiros 25 de um grupo de 250 que chega até ao final do ano.
Em Portugal vão ficar a cargo da Cruz Vermelha, que se preparou durante semanas para acolher os refugiados.
O grupo é composto, maioritariamente, por rapazes, de nacionalidade afegã, com idades entre os 15 e os 17 anos. Têm em comum terem chegado à Europa sozinhos, ou sem família, e viverem em campos de refugiados na Grécia.
À sua espera têm uma estrutura criada pela Cruz Vermelha, propositadamente para os acolher.
Vão ocupar um edifício na Penha de França, em Lisboa, que esteve em reabilitação até há poucos dias, e ficar à guarda de uma equipa de 20 pessoas, recrutadas nas últimas semanas, de acordo com as necessidades identificadas.
A equipa é composta por psicólogos, assistentes sociais, técnicos superiores de diversas outras áreas, e até um professor de Português, para darem os primeiros passos na língua do país de acolhimento.
Com a Cruz Vermelha, os jovens vão ficar durante seis meses – este e cada um dos grupos que entretanto chegar - estando previsto que, até ao final do ano, estejam em Lisboa pelo menos 250 destes jovens.
Passados esses seis meses, deverão entrar no circuito normal de acolhimento de refugiados, ou das pessoas a quem é atribuído qualquer outro estatuto de apoio humanitário.
Passam a estar a cargo da Segurança Social e numa outra fase do processo de integração no nosso país, que pode passar, por exemplo, por famílias de acolhimento.
A chegada destes menores, surge como resposta ao apelo lançado pela Grécia aos restantes Estados-membros da União Europeia.
Atenas pediu ajuda para colocar pelo menos 1.600 dos 5.200 menores não acompanhados que tem nos seus campos e a esse apelo responderam 10 países.
Portugal foi um deles, disponibilizando-se para receber até um máximo de 500 destes jovens.
O processo já sofreu alguns atrasos por causa da pandemia, até porque os campos de refugiados estiveram encerrados, e especialmente protegidos para que a Covid-19 não piorasse ainda mais a situação em que largos milhares de pessoas ali se encontram.
Aliás, esses cuidados adicionais também fazem parte desta operação.
Os 25 jovens que vão chegar até ao final do mês serão testados à Covid-19 antes da viagem, que será feita num voo comercial normal, e terão à chegada uma avaliação medica completa.
Da mesma forma, toda a equipa que com eles vai trabalhar, também será testada com regularidade.