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Trabalhadores "abertos ao mundo" em "coworking" com vista para o mar de Moledo

04 mai, 2024 - 08:08 • Ana Cristina Gomes (texto) e Estela Silva (fotos), da agência Lusa

Profissionais de finanças, marketing, "design" de moda ou tecnologias de informação juntaram-se à empreendedora de 39 anos que criou o Moledo Coworking em junho de 2023, oito anos depois de trocar o Porto pela aldeia do concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, e a produção televisiva pela dedicação plena à marca de jóias Le Love, fundada há quase 11 anos.

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Trabalham "online" em Moledo, uma aldeia minhota junto à praia onde continuam "abertos ao mundo", no "coworking" idealizado por Lara Fernandes para partilhar "dificuldades e soluções", até para momentos de bloqueio -- às vezes basta "ir ver o mar".

Profissionais de finanças, marketing, "design" de moda ou tecnologias de informação juntaram-se à empreendedora de 39 anos que criou o Moledo Coworking em junho de 2023, oito anos depois de trocar o Porto pela aldeia do concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, e a produção televisiva pela dedicação plena à marca de jóias Le Love, fundada há quase 11 anos.

"As pessoas sentem-se bastante acolhidas. Acho que isso é que nos destaca. Não estamos todos num escritório e somos apenas colegas de trabalho. Aqui estamos num espaço de trabalho que nos permite sermos nós na totalidade, enquanto seres humanos", defendeu a responsável.

No espaço de trabalho partilhado com janelas grandes, luz natural e vista sobre o oceano, Lara e os outros quatro "coworkers" "residentes" - cinco, contando com o nómada digital suíço de 46 anos que fica por mais dois meses - não partilham apenas a sala e a mesa onde pousam o portátil.

Ali, trocam-se conselhos, ideias, medos e ambições sobre projetos futuros e, se alguém está a ter um dia difícil, saem todos de bicicleta deixando na porta o "post-it" pré-escrito com o recado mais indicado: "Fomos a Âncora ver o mar" ou "Fui buscar a minha filha à escola", entre outros.

"Somos mesmo bons nisso [dos dias difíceis]", diz Lara, explicando que também partilham lanches, idas ao teatro ou outros momentos de lazer -- estão todos fãs dos jogos do Lanhelas Futebol Clube e Lara até se fez sócia. .

"Trocamos contactos, partilhamos dificuldades, encontramos soluções em conjunto. Estarmos juntos faz-nos evoluir mais rapidamente do que se estivermos sozinhos a trabalhar a partir de casa", diz Lara.

A responsável, natural de Caminha, assinala que trabalhar a partir de Moledo não a limita: "Não é por ter um espaço aqui que fico presa. Vendo para o Porto, Guimarães, Suíça, e trabalho tudo a partir daqui. É possível apostar na nossa terra. Dar uma oportunidade a nós e às pessoas de cá".

Professor universitário aposentado e dono de uma empresa de marketing digital, José Magalhães, de 69 anos, divide a vida entre o Porto e Caminha e trabalha no "coworking" de Moledo.

"Tendo o computador ao meu lado tenho o escritório. É a minha segunda roupa, é o meu posto de trabalho", relata, feliz por conseguir agora "jantar em casa" e ter "mais liberdade de ação" do que quando dava aulas.

Tânia Cale, de 39 anos, praticante de surf e ex-profissional da área do turismo, está a desenvolver um projeto ainda secreto depois de ter tirado o curso de design de moda em Londres e desde novembro que é "residente" no "coworking" de Moledo. .

Mudou-se de Lisboa para Vila Praia de Âncora com a filha há quatro anos, trabalhava a partir de casa, mas sentiu vontade de "conhecer mais pessoas". .

No verão de 2023, o Moledo Coworking teve "mais de 40 pessoas com horários diversificados" e a sala polivalente já serviu para uma produção fotográfica para mulheres empreendedoras, no Dia da Mulher, e para um médico dar "uma aula para a Universidade de Madrid", relata Lara.

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