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Orçamento Suplementar

CDS acusa Governo de ter “tiques de autoridade ou de autoritarismo”

17 jun, 2020 - 19:19 • Lusa

Cecília Meireles considera que o Orçamento Suplementar não dá resposta à grande questão da retoma da economia.

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O CDS-PP acusa o Governo e o Partido Socialista de terem "tiques de autoridade ou de autoritarismo" e considera que a proposta de Orçamento Suplementar, em debate esta quarta-feira, "não dá resposta à questão essencial", a da retoma.

Estas posições foram deixadas pela deputada Cecília Meireles na Assembleia da República, durante o encerramento do debate sobre a proposta de Orçamento Suplementar apresentada pelo Governo.

Cecília Meireles reiterou que o CDS "discorda" da base desta proposta e, por isso, votará contra o diploma na generalidade.

Na ótica da centrista, esta proposta de Orçamento Suplementar, apresentada na sequência dos efeitos da pandemia de Covid-19, "não dá resposta à questão essencial" que devia ser discutida, "a retoma" da economia.

"Essa é a discussão que devíamos ter tido aqui hoje, e essa é a discussão que vale a pena ter", salientou, criticando que "o próprio orçamento" diga que "pretende estabilizar a economia, e que depois, na fase três, lá falaremos da retoma".

O CDS considera igualmente que esta proposta "não contém propostas fundamentais", ao nível dos rendimentos e do emprego, "mas que também deixa de fora muitas das respostas".

"É um orçamento que falha num teste, e num teste essencial, que é teste da simplicidade e da rapidez das medidas chegarem de facto às empresas", insistiu Cecília Meireles, advogando que, "se há coisa que a pandemia demonstrou" é que se passou "muito tempo a discutir as medidas e o desenho das medidas, e o grave problema não era o desenho das medidas, é que elas não estavam a chegar com a rapidez necessária às empresas, e esse orçamento continua a não dar resposta a esse problema fundamental".

A deputada do CDS-PP considerou igualmente que o facto de este orçamento ter sido "apresentado por um ministro" (Mário Centeno), mas ser discutido esta quarta-feira por outro (João Leão), mostra "que o PS e o Governo começam a ter alguns tiques de autoridade ou de autoritarismo que não são um bom remédio para sair desta crise".

“A crispação e a agressividade a que assistimos por parte do Governo e do PS, quer durante a semana, quer sobretudo neste debate, a agressividade, indignação com que reagem a quem se atreve a discordar a propaganda instalada ou a lembrar alguns factos que não foram contestados, falam por si próprios”, acrescentou.

A democrata-cristã salientou que, "por maior que seja a irritação, ou a agressividade do Partido Socialista", o CDS não deixará "de dizer umas verdades e chamar a atenção para os problemas".

A deputada realçou que, “durante o período de emergência, o parlamento mostrou cabalmente que sabe gerar acordos institucionais e consensos para que Portugal reagisse como um país à emergência da pandemia, e um só país”.

“Certamente manteremos esse sentido de estado”, vincou.

Cecília Meireles indicou ainda que o partido irá apresentar "propostas na especialidade para melhorar o orçamento".

A proposta do Governo de Orçamento Suplementar para 2020 foi aprovada esta quarta-feira na generalidade apenas com os votos contra de CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal, que representam sete dos 230 deputados.

Só a bancada do PS votou a favor, mas PSD, BE, PCP, PAN, PEV e a deputada não inscrita, Joacine Katar Moreira, abstiveram-se na votação do documento, que se destina a responder às consequências económicas e sociais provocadas pela pandemia de Covid-19.

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