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​Padre João vive num lar e alerta para “esgotamento psicológico” dos idosos

16 jun, 2020 - 19:58 • Henrique Cunha

Sacerdote residente num lar de Aveiro pergunta “quando é que os idosos residentes em lares vão poder sair à rua?”.

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A pergunta em forma de alerta do padre João Gonçalves decorre do facto de “ser raro falar-se dos lares de idosos” na perspetiva de abertura.

O sacerdote lembra que se “fala dos casos de Covid, mas nunca ouvi ninguém dizer: prevêem-se que a partir de certa data já podem ir à rua”.

“Não há previsões. Quem está num lar de idosos está perfeitamente sem visões de nada, está encerrado e isso não é bom para ninguém”, sublinha o sacerdote.

O padre João Gonçalves adianta que, apesar de ter carro e poder conduzir, “nunca mais” saiu da residência e já lá vão “cerca de 40 dias” dentro de portas.

O sacerdote pede sinais porque "estar fechado num lar muito tempo provoca cansado e um certo esgotamento psicológico".

“Eu penso que deveria haver aqui alguma esperança, porque as pessoas não podem sair, não podem receber visitas frequentes”, sublinha.

Depois o padre João Gonçalves pergunta: “porque é que as pessoas não podem ir passear, ir arejar?”.

E deixa o alerta: “o problema de estar fechado num lar tanto tempo - apesar de nada terem a dizer da forma como são acompanhadas e tratadas - é que as pessoas começam por ganhar um certo cansaço, um certo esgotamento psicológico”.

Para o sacerdote, é preciso “dar esperança” aos idosos dos lares e acabar com a monotonia, pois “todos os dias a vida igual, todos os dias não podemos sair, não podemos falar com outras pessoas”.

“Também temos de estar atentos ao bem-estar da saúde e da reinserção social dos idosos. Devia, por isso, falar-se mais desta questão", conclui o sacerdote.

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